A Marinha anunciou que realizou de 20 a 24 de maio um exercício inédito para proteger os cabos submarinos que estão na Amazônia Azul, território marítimo do Brasil.
Ao todo, são 15 cabos ativos que somam mais de 154,9 mil quilômetros de fibra óptica subaquática e servem para transmitir informações diárias e manutenção de serviços como operações bancárias.
Conheça a localização dos cabos marítimos neste link
Entre as principais ameaças ao sistema brasileiro, que conta com cabos em cidades como Salvador, Rio de Janeiro, Fortaleza e Santos, estão causas naturais, atividades de pesca, âncoras e sabotagem.
Vale destacar que, em caso de falha ou terrorismo, os alvos mais vulneráveis são os setores de telecomunicações, plataformas de petróleo, gasodutos, refinarias e usinas hidroelétricas.
O treinamento consistiu principalmente em ter noção coletiva e efetiva da situação real, aperfeiçoar os procedimentos e legislação para melhoria da segurança, aumentar o monitoramento e registro da presença de embarcações próximas aos cabos, adquirir inteligência marítima e melhorar a passagem de satélites sobre a posição desses cabos.
Também foram etapas do treinamento conhecer os sensores e sistemas de monitoramento da Amazônia Azul, operar esses sensores e testar a resistência dos sistemas contra uma sabotagem ou incidente de navegação.
Estiveram envolvidos no treinamento navios, mergulhadores escafandristas (que usam equipamentos de proteção para mergulho), tropas de operações especiais (como mergulhadores de combate e comando anfíbios) e embarcações do Comando em Chefe da Esquadra.
Apesar do primeiro sistema de cabo de fibra óptica transoceânico ter sido instalado em 1988, conectado os EUA ao Reino Unido e à França, até hoje poucas pessoas têm conhecimento sobre o que de fato eles são e sua importância para a segurança mundial.
Segundo o Capitão de Fragata Paulo Ricardo Rodrigues dos Santos, apesar da complexidade envolvida, “o uso do leito do mar é a forma mais econômica, eficaz e segura para se transferir cerca de 15 trilhões de dólares em transações, por dia”.