A Suprema Corte de Israel decidiu nesta terça-feira, 25 de junho, que os estudantes judeus ultraortodoxos devem começar a ser recrutados pelas Forças Armadas, como qualquer outro estudante.
Apesar de o serviço militar em Israel ser obrigatório tanto para homens quanto para mulheres, judeus ultraortodoxos não podem ser convocados se fizerem parte de escolas talmúdicas, onde se dedicam ao estudo dos textos sagrados. A “isenção” existe desde 1948, quando David Ben Gurion fundou o Estado de Israel.
A medida ainda obriga o governo de Israel a retirar o financiamento de quaisquer escolas religiosas cujos alunos não cumpram a determinação.
“Neste momento não existe um quadro jurídico que permita distinguir entre os estudantes da yeshiva e os destinados ao serviço militar (…) Consequentemente, o Estado não tem autoridade para ordenar que se evite totalmente o seu recrutamento”, afirmam partes da decisão.
No começo do mês o Parlamento israelense lançou um projeto de alistamento progressivo dos ultraortodoxos nas Forças Armadas, devido ao conflito entre Israel e o Hamas.
Partidos ultraortodoxos são firmemente contra a medida e a coalizão de Netanyahu depende bastante deles.
“Não há nenhum juiz que compreenda o valor do estudo da Torá e a sua contribuição para o povo de Israel ao longo das gerações”, disse o legislador ultraortodoxo Moshe Gafni.
A isenção, entretanto, era criticada pelos judeus israelenses. Numa pesquisa feita em fevereiro pelo instituto Israel Democracy, 70% dos entrevistados disseram que a isenção deveria ser alterada.
Porta-voz do Exército isralense disse ser impossível vencer Hamas
Daniel Hagari, principal porta-voz do Exército de Israel, disse ao Canal 13 que o grupo terrorista Hamas não pode ser eliminado, apesar da guerra na Faixa de Gaza.
“O Hamas é uma ideologia, e não podemos eliminar uma ideologia. Dizer que vamos fazer o Hamas desaparecer é jogar areia nos olhos das pessoas”.
A declaração foi dada no último dia 19 de junho e destoa das promessas de Binyamin Netanyahu, expondo desalinhamento e rachas no governo.
É a primeira vez que o porta-voz admite não ser possível eliminar a organização em mais de 8 meses de guerra. E a declaração não passou despercebida pelo gabinete de Netanyahu, que rebateu o militar.