Pediram para ser desligados nos últimos 15 dias vários militares que ocupam postos de oficial de carreira com altíssimo potencial e perspectivas de ser oficiais generais nas suas respectivas forças, como um capitão de corveta e um capitão aviador treinado em aeronaves de combate e com conhecimentos específicos sobre estratégia militar, inteligência etc.
Oficiais de escolas de elite, como AMAN, AFA e a Escola Naval, tem grande status dentro das Forças Armadas e são os únicos que podem ascender até o último degrau na carreiar militar, o posto de General de Exército, Almirante de Esquadra ou Tenente Brigadeiro do Ar. Concluir o curso nessas instituições geralmente é a realização de grandes sonhos de muitos jovens. O ingresso é muito difícil e entender o motivo do desligamento é essencial para o futuro das Forças Armadas do Brasil. São esses oficiais que comandam os navios, pilotam as aeronaves de guerra e comandam os grandes contingentes militares.
Um oficial com habilitação para comandar um grande navio de guerra pediu baixa
Na Marinha, comandada atualmente pelo Almirante Marcos Sampaio Olsen, entre os vários que pediram baixa está um oficial superior no posto de Capitão de Corveta da Armada, formado na Escola Naval. Um oficial desse nível tem conhecimentos técnicos para comandar navios de guerra altamente complexos com armamento capaz de gerar grande destruição, setores de inteligência e instituições de guerra naval.
” O DIRETOR DO PESSOAL DA MARINHA, no uso da subdelegação de competência que lhe confere o contido na alínea c do inciso V do art. 1º do anexo B da Portaria nº 35/2022, da DGPM e nos termos do disposto no inciso IV do art. 81 da Lei nº 6.880/1980, resolve: Art. 1º Agregar aos respectivos Corpos e Quadros, a partir das datas acima de seus nomes, os Oficiais abaixo mencionados, por terem solicitado demissão do Serviço Ativo da Marinha: I – A partir de 29MAI2024: CC (Md) 09.000005 CAMILA AXXXXXXR; e CT (Md) 12.000003 GUILHERME DXXXXXX. II – A partir de 05JUN2024: CC (EN) 86.000004 DIEGO CXXXXXXXL. … V ALTE GUILHERME DA SILVA COSTA”
Outro grupo que têm solicitado desligamento das instituições militares são os médicos de carreira das três forças. É importante ressaltar que um médico no posto de capitão já é um médico especialista com experiência militar, não é um médico que só atende como clínico geral nas instituições militares. Um militar médico ouvido pela Revista Sociedade Militar explica que os oficiais se acham pressionados por escalas de serviço apertadas e cerimônias militares frequentes, além de sofrerem com intromissões em diagnósticos e questões relacionada ao dia a dia nos quartéis.
Atualmente um capitão médico na Marinha do Brasil recebe salário na faixa de 16 mil reais e líquido na casa dos 12 mil reais. O militar tem autorização para ser plantonista em instituições extra quartel, mas a carga horária e agenda incerta nem sempre permite isso.