O Sargento reformado Celso Pires de Carvalho denuncia que o Exército Brasileiro não fornece o tratamento adequado de saúde ao seu filho, Júlhius Simon de Carvalho, de 16 anos. O adolescente, diagnosticado com hidrocefalia severa e diversas outras comorbidades, precisa de acompanhamento médico especializado para sobreviver.
Segundo Celso, o plano de saúde do Exército, o FUSEX, oferece apenas homecare, que ele considera incompleto e sem o suporte de especialistas como neurologista, pneumologista e gastroenterologista.
“Meu filho precisa desses médicos para se manter vivo, para parar de sofrer“, desabafa o sargento.
A família de Júlhius já solicitou o tratamento completo ao FUSEX, mas não obteve retorno positivo. Diante da falta de assistência, o quadro de saúde do jovem se agravou, com crises convulsivas, sangramento pela traqueostomia e hipotermia.
“Mas isso [assistência 24h] não basta para a saúde do meu filho. Ele precisa dos médicos especialistas, como o neurologista para regular a medicação neurológica, o pneumologista para o pulmão. O abdômen do Júlhius está inchado. Deveria ter um gastroenterologista. Não tem. Já mandei dezenas de e-mails para o Exército, mas não adianta“, complementa.
Exército nega desassistência e afirma que Júlhius recebe atendimento desde 2010
Em nota oficial, o Exército nega as acusações e afirma que Júlhius recebe assistência domiciliar 24 horas desde 2010, com acompanhamento de equipe multidisciplinar e fornecimento de medicamentos e equipamentos médicos.
“O paciente Júlhius Simon de Carvalho tem assistência de internação domiciliar (Home Care) 24 horas, integralmente sob os cuidados de equipe multidisciplinar (Enfermeira, Fisioterapeuta, Fonoaudiólogo, Médico, Nutricionista e Terapeuta Ocupacional), disponibilidade de medicamentos e equipamentos médicos desde 26 de outubro de 2010“, diz a nota.
O Exército também esclarece que as crises convulsivas e o sangramento pela traqueostomia são decorrentes do quadro clínico do paciente e que as dosagens das medicações estão no limite máximo para evitar sedação profunda e parada respiratória.
“É importante registrar que faz parte do quadro clínico do paciente a ocorrência de espasmos musculares, o que já foi explicado diversas vezes aos pais do paciente.”
Caso segue em disputa judicial
A família de Júlhius recorreu à Justiça para garantir o direito ao tratamento completo. Em 2013, a Justiça determinou que o Exército fornecesse o atendimento adequado ao adolescente, o que, segundo a família, não vem sendo cumprido integralmente.
Além da hidrocefalia, Júlhius tem epilepsia, alterações congênitas na bexiga, asma, pneumonias respiratórias e pé torto congênito.
O caso ainda está em andamento e a família espera que a Justiça garanta o direito à saúde de Júlhius.
Com informações de Metrópoles