Revolução no Exército Brasileiro: A Elbit Systems, uma empresa israelense, obteve a maior pontuação e venceu a concorrência internacional para vender 36 veículos blindados obuseiros ao Brasil. O contrato pode alcançar o valor de aproximadamente R$ 1 bilhão.
Entre as finalistas estavam também a chinesa Norinco, a francesa Nexter e a tcheca Excalibur. Os novos veículos blindados substituirão equipamentos utilizados desde a Segunda Guerra Mundial até a década de 1970.
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36 blindados vai custar US$ 180 milhões, equivalentes a quase R$ 1 bilhão na cotação atual
O sistema Atmos, desenvolvido pela Elbit Systems, recebeu a melhor avaliação do Comando Logístico do Exército Brasileiro. Esse sistema de quinta geração já foi exportado para diversos países, incluindo a Dinamarca, membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), e a Colômbia. Versões anteriores do sistema são utilizadas pelas forças militares da Tailândia, Filipinas e Uganda, entre outros.
Cada veículo blindado custará aproximadamente US$ 5 milhões. Considerando esse valor, o total de 36 unidades pode alcançar US$ 180 milhões, equivalentes a quase R$ 1 bilhão na cotação atual. Além disso, o Exército Brasileiro prevê um gasto adicional de 15% a 20% para treinamento e capacitação das tropas, com o objetivo de atualizar e fortalecer seus sistemas de artilharia.
Obuseiros do Exército Brasileiro são considerados armamentos pesados devido ao seu alto poder destrutivo
A assinatura do contrato para o fornecimento das duas primeiras viaturas, em um lote piloto, poderá ocorrer ainda em maio. Caso isso aconteça, essas unidades serão entregues para testes em 2025. Se aprovados, os demais 34 veículos serão contratados e entregues de forma escalonada até 2034. O pagamento será realizado ao longo do tempo.
Obuses são considerados armamentos pesados devido ao seu alto poder destrutivo. Eles funcionam como canhões modernos, lançando projéteis explosivos através de um tubo que direciona o disparo até o alvo. Embora possam ser utilizados de forma individual (rebocados), é mais comum instalá-los em veículos blindados (autopropulsados).
A nova linha de obuseiros será montada sobre chassis de veículos, ao contrário dos sistemas rebocados, permitindo maior articulação com forças mecanizadas. Essa modernização proporcionará ao Exército Brasileiro mais mobilidade e alcance.
Os sistemas adquiridos pelo Brasil atenderão ao “padrão Otan, com projéteis de 155 mm e maior poder de fogo.
Os sistemas adquiridos pelo Brasil atenderão ao “padrão Otan”, com projéteis de 155 mm e maior poder de fogo. Segundo informações obtidas pela CNN junto a fontes militares, os atuais obuseiros do Exército Brasileiro levam até 15 minutos para realizar o primeiro disparo e conseguem disparar dez tiros em oito minutos. Nos novos sistemas, o primeiro tiro é realizado em cinco minutos e podem ser feitos até seis disparos por minuto.
O menor preço não é o único critério da aquisição, nem necessariamente o principal. Em projetos de defesa, o Exército exige “offset” tecnológico, que inclui obrigações como transferência de tecnologia ou uso de conteúdo local pelo fornecedor do equipamento. No caso dos obuseiros, o offset deverá se concentrar na nacionalização da capacidade de fabricação de munições, preferencialmente em parceria com uma empresa brasileira, sendo a Imbel a favorita para essa função. Atualmente, o Brasil não produz munições para esse tipo de equipamento.
Além disso, o offset inclui a garantia de suporte logístico para todo o sistema, com peças fabricadas no país, e o desenvolvimento de um simulador de treinamento para as tripulações a baixo custo.