O Exército Brasileiro está estudando a ampliação de seu Programa de Defesa Antiaérea, conforme a Portaria EME/C Ex. Nº 1.338/2024. Segundo Roberto Caiafa, colunista do portal Info Defensa, o objetivo é adquirir sistemas capazes de defender o país contra ameaças aéreas em grandes altitudes. Para isso, o Alto Comando do Exército realizou recentemente viagens à Índia e à China para conhecer diferentes sistemas de armas.
O estudo visa equipar o Comando de Defesa Aérea do Exército (Cmdo DAAe Ex) com sistemas de defesa de média e alta altitude. De acordo com Caiafa, atualmente, o Brasil possui limitações na defesa contra ameaças aéreas que operam acima de 3.000 metros. O foco está em obter sistemas que operem entre 3.000 e 15.000 metros ou mais.
Na Índia, foi apresentada uma proposta de troca de tecnologias. O governo indiano compraria aviões Embraer C-390 Millennium do Brasil, enquanto os brasileiros adquiririam baterias de mísseis antiaéreos Akash NG. Este sistema está em fase final de desenvolvimento e deve entrar em serviço em 2025.
Na China, os militares brasileiros conheceram o sistema Sky Dragon 50, que tem alcance de 50 km e é considerado mais antigo que o Akash NG. O Sky Dragon é destinado principalmente para exportação e utiliza tecnologias menos avançadas que as usadas internamente pela China.
O Exército pretende seguir uma estratégia de aquisição em etapas, começando por sistemas de médio alcance e avançando para capacidades mais robustas, incluindo defesa contra mísseis balísticos e satélites.
A Portaria estabelece que um Estudo de Viabilidade deve ser apresentado ao Chefe do Estado-Maior do Exército em até 90 dias, prazo que pode ser prorrogado por mais 30 dias. Este estudo contará com representantes de vários departamentos do Exército.
Com esta iniciativa, o Brasil busca fortalecer sua defesa antiaérea, alinhando-se com as capacidades de outros membros dos BRICS, como Índia e China.