A Marinha dos Estados Unidos está na vanguarda do desenvolvimento militar com o RIM-174, um míssil originalmente projetado para interceptar satélites e mísseis balísticos. Adaptado para uso como míssil de longo alcance em combates aéreos, o RIM-174 representa uma evolução significativa nas estratégias de defesa aérea moderna.
Equipado inicialmente no F-14 Tomcat, o RIM-174 foi essencial na história militar recente, com destaque para seu desempenho durante o conflito Irã-Iraque nos anos 1980. Com um alcance impressionante e capacidade de alta precisão, o míssil continua a desempenhar um papel crucial nas operações da Marinha dos EUA, permitindo operações defensivas e ofensivas com uma eficácia incomparável no cenário global, a princípio ver o oponente antes de ser visto é fundamental. Com essa premissa, a Marinha dos Estados Unidos está inovando com o RIM-174, um míssil originalmente desenvolvido para interceptação de satélites e mísseis balísticos, agora adaptado para ser um míssil de muito longo alcance.
Evolução dos mísseis da Marinha dos EUA: Do AIM-54 Phoenix ao RIM-174
Na década de 1970, a Marinha dos Estados Unidos introduziu o F-14 Tomcat, um caça veloz e robusto, equipado com o radar APG-71 e armado com o míssil AIM-54 Phoenix. Este míssil foi desenvolvido para o F-111B, uma versão naval de um dos caças mais rápidos da Força Aérea dos Estados Unidos, mas acabou sendo integrado ao F-14. O AIM-54 era capaz de voar até cinco vezes a velocidade do som e tinha um alcance impressionante de 180 km.
Durante a guerra Irã-Iraque nos anos 1980, o AIM-54 Phoenix provou sua eficácia. O Irã, que era um grande aliado dos EUA antes da revolução islâmica de 1979, recebeu 79 caças F-14 acompanhados por 274 mísseis AIM-54. Observadores independentes relataram que os iranianos derrubaram 78 aviões iraquianos com esses mísseis, tornando o AIM-54 o míssil AR-AR de longo alcance mais bem-sucedido do mundo naquela época.
Contudo, em 2006, tanto o AIM-54 quanto o F-14 Tomcat foram aposentados pela Marinha dos Estados Unidos. Eles foram substituídos pelo míssil AIM-120 AMRAAM, com um alcance máximo estimado de 180 km. Essa mudança visava modernizar a frota e melhorar as capacidades de combate.
Ameaça dos mísseis de longo alcance da China e da Rússia: Investimento pesado
No século XXI, a corrida armamentista continuou a evoluir. Países como a Rússia e, especialmente, a China, começaram a investir pesado no desenvolvimento de mísseis de muito longo alcance. Um destaque nesse campo é o míssil PL-20 chinês, que, de acordo com diversas fontes, tem um alcance impressionante de 450 km. Essa capacidade coloca os caças chineses em uma posição vantajosa, permitindo que disparem contra caças dos EUA a uma distância consideravelmente maior.
Para contornar essa deficiência e manter a superioridade aérea, os Estados Unidos voltaram suas atenções para o míssil RIM-174, mais conhecido como SM-6. Este míssil de dois estágios foi criado inicialmente para interceptar mísseis balísticos na fase terminal do voo. O SM-6 é capaz de atingir uma altitude máxima de quase 400 km, equivalente à órbita da Estação Espacial Internacional, e tem um alcance máximo de 250 km quando lançado de terra ou mar.
Nova estratégia de combate aéreo da Marinha dos EUA com o SM-6
A Marinha dos Estados Unidos vem testando o lançamento do SM-6 a partir de aeronaves, como o F/A-18 Super Hornet, há alguns anos. Fotografias recentes mostram caças deste modelo armados com o SM-6, indicando testes aerodinâmicos e de viabilidade operacional. Em julho de 2024, um Super Hornet foi flagrado transportando um SM-6 completo, possivelmente sem carga explosiva, para avaliação.
Uma questão crucial é o alcance do radar do Super Hornet, que é de apenas 150 km. Isso deixa uma dúvida sobre como os caças da Marinha dos EUA conseguirão atingir alvos a distâncias maiores sem serem detectados. A resposta para esse dilema é o caça F-35C, a versão naval do segundo caça de quinta geração dos Estados Unidos.
Marinha dos Estados Unidos mantém vantagem estratégica nos combates aéreos.
Os especialistas explicam que essa estratégia de trabalho em equipe permite que os caças Super Hornet, mais visíveis aos radares inimigos, realizem disparos a uma distância segura, guiados pelos F-35C, que voam furtivamente a menos de 250 km dos aviões inimigos. Apesar dos mísseis chineses PL-20 alegarem um alcance de mais de 400 km, os caças chineses precisam se aproximar a pelo menos 200 km dos aviões inimigos devido ao alcance de seus radares. Em contrapartida, os Super Hornet dos EUA podem disparar a até 500 km graças ao apoio dos F-35C, assegurando que a Marinha dos Estados Unidos mantenha a vantagem estratégica nos combates aéreos.
A adaptação do míssil RIM-174 e a utilização coordenada dos caças F-35C e Super Hornet demonstram a capacidade da Marinha dos Estados Unidos de inovar e superar as ameaças emergentes no campo da aviação militar. Com essa combinação de tecnologia e estratégia, os EUA pretendem garantir que qualquer inimigo seja neutralizado antes mesmo de saber o que o atingiu.