Mark Milley, general aposentado do Exército dos Estados Unidos e ex-presidente do Estado-Maior Conjunto, disse em um evento na última quinta-feira, 11 de julho, que robôs e máquinas inteligentes devem representar até um terço das Forças Armadas norte-americanas entre os próximos 10 e 15 anos.
Durante o Future of Defense, um evento do portal de notícias estadunidense Axios, Milley afirmou que “será uma mudança fundamental” e que “os Exércitos de outras nações serão projetados de forma semelhante”.
Milley também prevê que o número de tropas humanas “provavelmente será reduzido à medida que avançarmos em direção aos sistemas robóticos”.
A adoção generalizada de ferramentas de guerra não tripuladas e alimentadas por inteligência artificial levanta sérias questões éticas e exige a discussão da política dos Estados Unidos e provavelmente de todo o mundo.
Atualmente existem drones armados, robôs-cães, mulas mecânicas e outras máquinas.
Paralelamente, as Forças Armadas norte-americanas estão experimentando, à sua maneira, novas tecnologias, como soldados lutando ao lado de máquinas autônomas, veículos de superfície e subaquáticos não tripulados e aeronaves que voam ao lado de pilotos humanos pra coletar informações, confundir a eletrônica inimiga e explodir alvos.
Mas o que Milley está falando vai muito além. Seriam os casos, por exemplo, de um blindado sem tripulação ou um jato de combate sem piloto que esteja emparelhado com um programa de tomada de decisão ultrarrápido, possibilidades essas que aumentam, com certa razão, o medo da humanidade de robôs assassinos.
Uma das salvaguardas defendidas para lidar com esses riscos é que os humanos estejam sempre no circuito de supervisionar as armas.
Apesar de Milley achar que essa é uma questão que as pessoas terão que lidar na próxima década, ele acredita que o país que otimizar essas tecnologias para uso militar terá uma vantagem muito significativa e “potencialmente decisiva” em eventual um conflito armado.
Brasil engatinha quando o assunto é Defesa
Enquanto num evento norte-americano a pauta é robôs compondo as linhas de combate das Forças Armadas, no Brasil, muito por questão de restrições de orçamento e uma mentalidade antiga de que nações neutras não precisam se proteger devidamente, ainda se caminha para obter o primeiro submarino armado nuclear e o primeiro drone de combate que dispara mísseis.