A trajetória da atleta Lissandra Maysa Campos é uma das muitas histórias de superação. Histórias estreladas por mulheres e homens lutadores e vencedores, híbridos entre o atleta e o combatente.
Desde os seus primeiros saltos no fundo da escola em Livramento, sua cidade natal, até a convocação para os Jogos Olímpicos de Paris 2024, Lissandra trilhou um caminho marcado por paixão e determinação, com o apoio fundamental do Programa Forças no Esporte.
Em 2014, Lissandra ingressou no Instituto Vicente Lenilson, uma organização criada pelo medalhista olímpico para descobrir novos talentos no atletismo.
Seus treinos aconteciam no 9º Batalhão de Engenharia de Construção do Exército, onde ela conheceu sua treinadora, Cida. Essa parceria foi essencial para o desenvolvimento da atleta, que se dedicou incansavelmente ao salto em distância.
Mas, a jornada de Lissandra não parou por aí. Conforme o noticiário da Força terrestre, dentro de um quartel do Exército, ela teve a oportunidade de conhecer o Programa de Atletas de Alto Rendimento (PAAR). Em 2022, ingressou como cabo e, com o apoio da Comissão de Desportos do Exército, conquistou importantes vitórias esportivas.
NÃO APENAS A PAIXÃO PELO ESPORTE, MAS TAMBÉM O ESPÍRITO GUERREIRO QUE O EXÉRCITO CULTIVA
Em 2024, Lissandra alcançou outro marco importante ao ser aprovada no edital para sargento do PAAR da Força Terrestre. Essa conquista com certeza abriu mais portas para o grande sonho da atleta: representar o Brasil nas Olimpíadas.
O Programa Atletas de Alto Rendimento, do Ministério da Defesa, é uma ponte entre o esporte e as Forças Armadas. Ele incorpora atletas temporariamente, promovendo sua participação em competições nacionais e internacionais.
Além do objetivo declarado – conquistar vitórias para o Brasil – o PAAR transfere conhecimento e motivação para o público interno, elevando o nome da Força no Brasil e no exterior.
No Exército, 165 atletas de diversas modalidades recebem apoio, incluindo boxe, natação, judô, pentatlo moderno, esgrima, tiro e atletismo.
Para os Jogos Olímpicos de Paris 2024 o Exército enviará 31 representantes. Entre eles, Lissandra, que carrega consigo não apenas a paixão pelo esporte, mas também o espírito guerreiro que o Exército cultiva.
CONHEÇA O PROGRAMA ATLETAS DE ALTO RENDIMENTO, A CONTRIBUIÇÃO DAS FORÇAS ARMADAS QUE AJUDOU ATLETAS MILITARES A OBTER 68% DAS MEDALHAS NOS JOGOS OLÍMPICOS DE 2016
Com o objetivo de fortalecer a equipe militar brasileira em eventos esportivos de alto nível, o Ministério da Defesa em parceria com o então Ministério do Esporte criou, em 2008, o Programa de Incorporação de Atletas de Alto Rendimento às Forças Armadas Brasileiras.
O alistamento é feito de forma voluntária e o processo de seleção leva em conta os resultados dos atletas em competições nacionais e internacionais. Dessa forma, as medalhas já conquistadas na carreira transformam-se em pontuações nos concursos para preenchimento das vagas.
Os atletas têm à disposição todos os benefícios da carreira, como soldo, 13º salário, férias, direito à assistência médica, incluindo nutricionista e fisioterapeuta, além de disporem de todas as instalações esportivas militares adequadas para treinamento nos centros das três Forças:
- Marinha (Centro de Educação Física Almirante Adalberto Nunes – CEFAN), do
- Exército (Centro de Capacitação Física do Exército e Complexo Esportivo de Deodoro) e
- Aeronáutica (Universidade da Força Aérea – UNIFA).
Nos Jogos Olímpicos Rio 2016, o Ministério da Defesa ultrapassou as metas estabelecidas, ao classificar 145 atletas militares para integrarem as seleções olímpicas e conquistar 13 medalhas, das 19 obtidas pelo Brasil. Os números foram superiores a Londres, em 2012.
A contribuição das Forças Armadas, com o apoio do então Ministério do Esporte, dos Comitês Olímpico do Brasil e Paralímpico Brasileiro, das confederações e federações esportivas, dos clubes sociais, entre outros parceiros, permitiu que atletas militares obtivessem 68% dos pódios.