Em um marco histórico para a aviação militar dos Estados Unidos, uma piloto de F/A-18F Super Hornet se tornou a primeira mulher a abater uma ameaça aérea inimiga em combate. A conquista ocorreu durante operações no Mar Vermelho, integrando uma série de estreias notáveis na recente implantação do grupo de ataque do porta-aviões USS Dwight D. Eisenhower (CVN 69).
Contexto da Operação
A piloto, que não teve sua identidade revelada, faz parte do Esquadrão de Caça de Ataque VFA-32, conhecido como “Espadachins de Combate”. Baseado na Estação Aérea Naval Oceana, na Virgínia, o esquadrão retornou recentemente aos Estados Unidos após uma operação de nove meses, iniciada em outubro de 2023.
Durante esse período, o grupo de ataque esteve intensamente envolvido na defesa de navios de guerra aliados e embarcações comerciais contra drones, mísseis e outros ataques perpetrados por militantes houthis, apoiados pelo Irã, no Iêmen.
Detalhes da Missão
O comunicado de imprensa da Marinha dos EUA destacou que os “Espadachins de Combate” voaram mais de 3.000 horas de combate e completaram cerca de 1.500 missões em apoio às Operações Inherent Resolve e Prosperity Guardian. Em uma dessas missões, a piloto em questão derrubou uma aeronave inimiga, marcando sua entrada na história da aviação militar dos EUA.
Embora o comunicado não tenha especificado quais armas foram utilizadas, sabe-se que os F/A-18E/F Super Hornets foram equipados com mísseis ar-ar AIM-9X Sidewinder e AIM-120 AMRAAM para enfrentar drones Houthi. Essa capacidade ampliada foi parte de um esforço para fortalecer a resposta contra as ameaças na região.
Impacto e Significância
A vitória aérea da piloto representa um avanço significativo para as mulheres na aviação militar. Em 2023, a Marinha celebrou 50 anos de mulheres na aviação naval. Atualmente, entre 7% e 12% dos pilotos da Marinha e cerca de 20% do pessoal total são mulheres. Esse marco histórico é especialmente significativo em um contexto onde, apesar da crescente participação feminina, as vitórias aéreas por pilotos mulheres ainda são raras.
Histórico de Conquistas Femininas
A conquista da piloto do VFA-32 junta-se a uma série de outros marcos na aviação militar feminina. Em 2020, a tenente J.G. Madeline Swegle tornou-se a primeira mulher afro-americana a pilotar jatos táticos na Marinha dos EUA. Em 2021, a tenente Amanda “Stalin” Lee fez história ao integrar a equipe de demonstração de voo dos Blue Angels.
No cenário internacional, pilotos femininas da Força Aérea Soviética durante a Segunda Guerra Mundial, como a tenente Lydia Litvyak e a capitã Yekaterina Budanova, já haviam registrado vitórias aéreas. No entanto, a recente conquista no Mar Vermelho destaca a continuidade e o progresso das mulheres na aviação de combate.