No dia 20 de julho, as Forças Armadas do Brasil realizaram uma operação significativa no combate ao garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami (TIY), situada no estado de Roraima. Esta ação, parte da Operação Catrimani II e coordenada pelo Ministério da Defesa, foi denominada “XARAKA II”, que significa “flecha” no dialeto Yanomami. A operação envolveu a estreita colaboração entre várias forças militares e agências governamentais, destacando-se como um esforço conjunto para proteger o território indígena e combater atividades ilegais.
Operação XARAKA II: Alvos e resultados das Forças Armadas
A operação foi executada na região de Waikás, aproximadamente 300 km distante de Boa Vista, às margens do Rio Uraricoera. Durante a missão, foram identificados dois garimpos ilegais, onde se encontraram 200 kg de cassiterita ensacada e cerca de uma tonelada do mineral em montes no terreno. Este material, utilizado principalmente na indústria eletrônica, tem um alto valor no mercado negro, tornando o garimpo ilegal uma atividade lucrativa, mas devastadora para o meio ambiente e as comunidades indígenas.
Além da apreensão dos minerais, a operação resultou na destruição de diversos equipamentos usados pelos garimpeiros ilegais. Entre os itens destruídos estavam motores, bombas de água, geradores e outros equipamentos essenciais para a operação dos garimpos. A ação visou não apenas interromper a atividade ilegal, mas também desmantelar a infraestrutura que sustenta essa prática.
Colaboração e Logística
A operação contou com a participação de militares do Destacamento de Operações Especiais da Marinha do Brasil (MB), agentes da Força Nacional, e foi suportada logisticamente pelo Comando Operacional Conjunto Catrimani II. Entre os recursos empregados estavam uma aeronave H-36 Caracal da Força Aérea Brasileira e um grupo operativo da Marinha composto por militares dos Comandos Anfíbios (ComAnf) e do Grupamento de Mergulhadores de Combate (GruMEC). Militares do Comando de Fronteira Roraima / 7º Batalhão de Infantaria de Selva (C Fron RR / 7º BIS) também participaram, atuando como Força de Reação no 4º Pelotão Especial de Fronteira (4ºPEF), em Surucucu.
A identificação dos pontos de garimpo ilegal foi resultado de um trabalho de inteligência colaborativo entre as Forças Armadas e as agências de inteligência que compõem a Casa de Governo em Roraima. Este esforço conjunto tem sido essencial para o sucesso das operações, permitindo ações mais precisas e efetivas contra os garimpeiros ilegais.
Declarações e impacto
O General de Divisão Cláudio Henrique da Silva Plácido, Subcomandante da Operação Catrimani II, destacou a importância da cooperação entre as diversas forças envolvidas. “Os esforços conjuntos entre as Forças Armadas, as Forças de Segurança e demais agências que atuam na operação de desintrusão resultam em melhores resultados para o objetivo final da Catrimani II. A missão ‘XARAKA II’ foi mais um passo para desarticular o fluxo logístico do garimpo e neutralizar a infraestrutura que sustenta essa atividade”, afirmou.
A presença contínua das Forças Armadas na Amazônia tem sido fundamental para a proteção do meio ambiente e das comunidades indígenas. No entanto, a Operação Catrimani II se destaca por unir os esforços de diversos órgãos, compartilhando conhecimento e ampliando as capacidades singulares de cada instituição envolvida. Em ações anteriores, como em junho, os militares realizaram a desintrusão de garimpos ilegais na região de Xitei e destruíram onze pistas para uso de aeronaves na região de Campos Novos no início de julho.
Contexto da Operação Catrimani II
A Operação Catrimani II é uma ação conjunta que envolve órgãos de Segurança Pública, Agências e Forças Armadas, coordenada pela Casa de Governo de Roraima. Esta operação é realizada em cumprimento à Portaria GM-MD N° 1511, de 26 de março de 2024, que visa agir de modo preventivo e repressivo contra o garimpo ilegal, os ilícitos transfronteiriços e os crimes ambientais na Terra Indígena Yanomami.
A presença das Forças Armadas na região não é apenas um símbolo de autoridade, mas uma necessidade para garantir a segurança e a preservação ambiental. O garimpo ilegal não só causa danos ambientais irreparáveis, mas também ameaça a vida das comunidades indígenas, trazendo consigo problemas de saúde, violência e degradação social.
A operação “XARAKA II” é mais um exemplo do comprometimento das Forças Armadas e das agências governamentais na luta contra o garimpo ilegal e na proteção das Terras Indígenas. A colaboração entre as diversas forças e a utilização de recursos logísticos avançados são essenciais para o sucesso dessas operações. A continuidade dessas ações é vital para garantir a preservação da Amazônia e a segurança das comunidades indígenas que habitam essa região tão rica e ameaçada.
A Operação Catrimani II continuará seus esforços para desmantelar as redes de garimpo ilegal e proteger o meio ambiente e as comunidades indígenas na Terra Indígena Yanomami. A cooperação entre as diversas forças envolvidas será crucial para alcançar esses objetivos e garantir um futuro mais seguro e sustentável para a Amazônia.