Há 55 anos, em julho de 1969, Neil Armstrong e Buzz Aldrin, da missão Apollo 11, plantaram uma bandeira americana na superfície lunar, um evento que levou apenas 10 minutos durante sua aventura de duas horas e meia caminhando na Lua. No entanto, esse momento simbólico gerou muitos debates sobre a posse da Lua.
Matthew Ward, professor de história na Universidade de Dundee, na Escócia, destaca o poder simbólico da bandeira americana, presente em diversos momentos chave da história dos EUA, desde os pousos na Lua até os ataques de 11 de setembro de 2001. “É difícil pensar em outra bandeira tão carregada de significado quanto a bandeira dos Estados Unidos,” afirma Ward.
Na década de 1990, Anne Platoff, que na época trabalhava com a Hernandez Engineering Inc. em Houston, Texas, compilou um relatório para a NASA intitulado “Onde Nenhuma Bandeira Jamais Esteve: Aspectos Políticos e Técnicos de Colocar uma Bandeira na Lua”. Segundo Platoff, a plantação da bandeira na Apollo 11 foi uma atividade estritamente simbólica, uma vez que os EUA, como signatários do Tratado das Nações Unidas sobre o Espaço Exterior, não podiam reivindicar território lunar.
Além do simbolismo, o design do mastro da bandeira enfrentou desafios técnicos significativos. Os engenheiros da NASA projetaram um mastro com uma barra horizontal para permitir que a bandeira “voasse” sem vento, considerando fatores como peso, resistência ao calor e facilidade de montagem, conforme explica Platoff.
Hoje, o estado dessas bandeiras é incerto. A exposição prolongada à luz solar provavelmente degradou o nylon das bandeiras, um fenômeno chamado de “podridão solar”. Platoff sugere que as bandeiras podem ter se tornado frágeis ou até mesmo se desintegrado devido a impactos de micrometeoritos na superfície lunar.
Ainda que o tempo e as condições adversas da Lua tenham alterado as bandeiras, seu legado como símbolo da exploração espacial permanece intacto. Anne Platoff, agora bibliotecária, historiadora e vexilologista na Universidade da Califórnia, Santa Barbara, ressalta que as imagens das bandeiras continuarão a ser significativas muito além da vida daqueles que participaram dessas missões históricas.
Por outro lado, as teorias conspiratórias que negam os pousos na Lua são refutadas por Platoff, que afirma haver evidências abundantes comprovando a autenticidade das missões Apollo. Ela conclui que a verdadeira questão reside na necessidade de ensinar as pessoas a pensarem criticamente.