O cenário global está cada vez mais tenso devido à proliferação e ao avanço de tecnologias militares, particularmente os mísseis de última geração. Entre estes, os mísseis russos têm se destacado, tanto pela sua capacidade técnica quanto pelo contexto geopolítico em que estão sendo empregados. Este artigo se debruça sobre a tecnologia desses mísseis e as atuais implicações para a segurança global, explorando fatos concretos e análises de especialistas.
Em 23 de julho A Rostec State Corporation emitiu comunicado e informou que as tropas russas expandiram o uso de mísseis guiados Vikhr na zona da operação ucraniana. Eles agora são usados tanto para destruir blindados hostis quanto para atacar pontos de tiro e objetos camuflados do exército ucraniano
Avanço tecnológico e capacidade destrutiva
O uso expandido dos mísseis supersonicos guiados Vikhr pela Rússia nas operações na Ucrânia é um claro exemplo de como o avanço tecnológico atualmente tende a alterar a dinâmica de conflitos armados. A Rostec State Corporation, estatal russa, enfatiza que esses mísseis são usados em qualquer hora do dia e sob qualquer condição meteorológica, aumentando significativamente a eficácia das operações. Os mísseis Vikhr, a “vedete” da empresa, que podem perfurar blindagens de até 1000 mm de espessura e alcançar alvos aéreos que voam a uma velocidade de 800 km/h, são um testemunho da capacidade técnica russa em desenvolver armamentos que podem mudar as regras do jogo no teatro de guerra moderno.
Os mísseis hipersônicos, como o Kinzhal, representam um salto ainda maior em termos de tecnologia e potencial destrutivo. Esses equipamentos são capazes de atingir velocidades superiores a Mach 5 e podem transportar tanto ogivas convencionais quanto nucleares, aumentando exponencialmente as preocupações de segurança global. O alcance e velocidade permitem ataques precisos e quase instantâneos em distâncias de até 2.000 km, complicando as estratégias de defesa e detecção. Um algo a 2 mil quilômetros pode ser alcançado em cerca de 25 minutos, deixando pouquíssimo tempo para a reação entre a detecção do ataque e o acionamento da defesa.
Impacto na estabilidade geopolítica causado pelo uso do equipamento
A introdução e o teste de tais mísseis em conflitos reais, como observado na Ucrânia, são percebidos não apenas como uma gigantesca evolução bélica, mas também como um forte componente de estratégia geopolítica. A Rússia, ao demonstrar suas capacidades militares avançadas, está também enviando um sinal claro para o Ocidente e para outras potências globais, aumentando inclusive o rol de potenciais aliados.
Especialistas como James Acton do Carnegie Endowment for International Peace e Dominika Kunertova do Centro de Estudos de Segurança de Zurique discutem o verdadeiro impacto dessas tecnologias, questionando se elas realmente alteram o equilíbrio de poder ou se servem apenas como ferramentas de dissuasão e influência política. É fato, que a possibilidade de existir um inimigo com tal poder de destruição é um incômodo para qualquer exército.
Desafios na defesa e contra medidas
Os desafios impostos por esses mísseis avançados são notáveis, especialmente no que diz respeito às medidas defensivas. Mísseis hipersônicos, devido à sua velocidade e capacidade de manobra, são extremamente difíceis de serem interceptados pelos sistemas de defesa tradicionais.
A necessidade de desenvolver novas tecnologias de defesa que possam efetivamente neutralizar essa ameaça é uma grande preocupação para muitos países. A DARPA, por exemplo, está ativamente envolvida em pesquisas para criar sistemas que possam contrapor essas novas tecnologias, mas, como apontado em diversos relatórios, ainda há um longo caminho a ser percorrido até que uma defesa eficaz e testada esteja disponível.
Perspectivas futuras
A corrida armamentista em que se inserem esses mísseis hipersônicos indica uma tendência preocupante de militarização e escalada de armas com capacidades cada vez mais destrutivas. A complexidade de gerenciar a paz e a segurança globais torna-se ainda mais difícil diante desses avanços. Como o engenheiro aeroespacial Iain Boyd apontou, a rapidez com que essas armas podem ser empregadas reduz as chances de resolução diplomática antes que conflitos escalonem.
A Russia utiliza o míssil Kinzal desde 2023 causando grande destruição em cidades como Kiev