As recentes séries de pesquisas eleitorais mostraram uma mudança significativa na corrida presidencial dos Estados Unidos. A vice-presidente Kamala Harris conseguiu igualar a liderança do ex-presidente Donald Trump, colocando democratas e republicanos em pé de igualdade.
De acordo com pesquisas divulgadas na terça-feira, Harris diminuiu a diferença tanto nacionalmente quanto em estados-chave desde que se tornou a indicada democrata após a saída do presidente Joe Biden da corrida presidencial de 2024.
A pesquisa da Bloomberg News/Morning Consult revelou que Harris está à frente de Trump em quatro estados-chave, enquanto o ex-presidente lidera em dois. Em Michigan, Harris possui uma vantagem de 11 pontos percentuais e lidera também no Arizona, Wisconsin e Nevada por dois pontos. Por outro lado, Trump mantém uma vantagem de quatro pontos na Pensilvânia e dois pontos na Carolina do Norte, com os dois empatados na Geórgia.
Pesquisas e margens de erro
Os resultados dessas pesquisas trazem um clima de incerteza, pois, com exceção de Michigan e Pensilvânia, todos os resultados estão dentro da margem de erro. Isso significa que a disputa ainda está aberta e qualquer movimento nos números pode alterar drasticamente o panorama. Se esses resultados forem replicados no dia da eleição, o candidato que vencer na Geórgia será eleito presidente, tornando esse estado um campo de batalha crucial para ambas as campanhas.
A série de resultados positivos para Harris ocorre após a consolidação rápida de apoio entre os democratas, depois que Biden decidiu se afastar. O afastamento de Biden se deu principalmente a meses de pesquisas ruins e preocupações sobre sua idade e aptidão física. Harris, que será formalmente nomeada candidata democrata na segunda-feira, planeja anunciar sua companheira de chapa alguns dias antes de iniciar uma turnê por estados decisivos que determinarão a eleição em 5 de novembro.
Entre os nomes cogitados para vice-presidência estão o governador da Pensilvânia, Josh Shapiro, o senador do Arizona, Mark Kelly, e o secretário de Transportes, Pete Buttigieg.
Retórica e desafios futuros
Desde a saída de Biden da corrida, Trump tem se esforçado para retratar Harris como uma candidata com posições extremas em questões como imigração e aborto. Durante um comício na Carolina do Norte, Trump chamou Harris de “esquerdista radical liberal, extremista de São Francisco”. A retórica de Trump visa mobilizar sua base e definir Harris como uma ameaça sobretudo aos valores conservadores.
O companheiro de chapa de Trump, o senador de Ohio JD Vance, reforçou essa mensagem em um evento em Nevada. De acordo com Vance, “não queremos um liberal maluco de São Francisco servindo como comandante em chefe”. Essas declarações refletem a estratégia republicana de pintar Harris como uma candidata extrema, enquanto ela busca se posicionar como uma líder capaz de unir o país em tempos de divisão.
Os próximos meses serão decisivos, com debates, anúncios de vice-presidência e campanhas intensas nos estados indecisos. O desfecho desta corrida eleitoral vai se determinar não apenas pelas políticas e posições dos candidatos, mas também pela capacidade de cada um em conectar-se com os eleitores e responder às suas preocupações.