A Marinha do Brasil deu um importante passo na modernização de sua frota com o lançamento da Fragata Tamandaré, a primeira de quatro embarcações previstas no Programa Fragatas Classe Tamandaré. A cerimônia de lançamento ocorreu na última sexta-feira, 9 de agosto, no Estaleiro Brasil Sul, em Itajaí, Santa Catarina, e contou com a presença de autoridades militares e civis.
O Programa Fragatas Classe Tamandaré visa fortalecer a defesa do país, assegurando a proteção de uma das maiores e mais ricas áreas oceânicas do mundo, essenciais para o agronegócio brasileiro. A construção desses navios marca um momento significativo para a indústria naval nacional, com a utilização de tecnologia de ponta e a capacitação de mão de obra local.
A Fragata Tamandaré é baseada no projeto MEKO A100, da família alemã de navios de guerra MEKO, conhecida por sua modularidade e eficiência. Com 107 metros de comprimento e 3.500 toneladas de deslocamento, a embarcação se enquadra na categoria de fragatas, sendo maior e mais poderosa que as corvetas, com capacidade para operar em missões de longa duração em mar aberto.
O navio será equipado com armamento de alta potência, incluindo lançadores de mísseis antinavio Mansup, sistemas de lançamento vertical para mísseis antiaéreos da MBDA, torpedos, um canhão naval de 76 mm da Leonardo e sistemas de defesa de ponto Sea Snake. Além disso, contará com radares de última geração, sonares avançados e a capacidade de operar um helicóptero de porte médio.
De acordo com a Marinha, a Tamandaré será o navio de guerra mais avançado já construído no Brasil, com uma tripulação de 130 marinheiros, velocidade máxima de 25 nós (aproximadamente 47 km/h) e alcance de 5.500 milhas náuticas. A construção do navio foi realizada em parceria com o consórcio Águas Azuis, composto por empresas como Embraer, ThyssenKrupp e Estaleiro Oceana, garantindo a transferência de tecnologia e a construção local.
O programa também prevê a construção de outras três fragatas, sendo que a segunda, batizada de Jerônimo de Albuquerque, já está em fase inicial de construção em Itajaí, com previsão de incorporação à frota da Marinha em 2027. A expectativa é que as quatro fragatas estejam plenamente operacionais até 2030, caso não ocorram atrasos significativos no cronograma.
Apesar da importância do Programa Fragatas Classe Tamandaré para a Marinha do Brasil, especialistas alertam que ele, por si só, não será suficiente para evitar a redução da capacidade operacional da frota de superfície. Com a aposentadoria de antigas fragatas e corvetas, a Marinha poderá enfrentar desafios para manter o número atual de navios até 2030.
A Marinha espera que o sucesso do programa sirva como incentivo para novos projetos de construção naval no país. A infraestrutura desenvolvida em Itajaí e a capacitação da mão de obra são vistas como essenciais para que o Brasil continue avançando em sua capacidade de construção naval, garantindo a segurança e a soberania nas águas do Atlântico Sul.
O lançamento da Fragata Tamandaré representa um marco histórico para a Marinha do Brasil e um motivo de orgulho para a indústria naval brasileira, que demonstra sua capacidade de construir navios de guerra de alta complexidade técnica e estratégica. O próximo passo será a realização dos testes finais da embarcação, previstos para 2025, com expectativa de incorporação à frota em 2026.