O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em entrevista à Rádio T FM do Paraná, expressou preocupação com o resultado das eleições na Venezuela, onde Nicolás Maduro foi declarado vencedor. Lula afirmou que “não quer se comportar de forma apaixonada ou precipitada” ao comentar sobre o pleito.
Além disso, Lula destacou que Maduro “está devendo uma explicação para o Brasil e para o mundo”.
Lula também mencionou que “ainda não reconhece” a vitória de Maduro, enfatizando a necessidade de que o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela apresente as atas das eleições. Segundo o presidente brasileiro, a relação entre os dois países ficou “deteriorada” devido à situação política na Venezuela. Além disso, o presidente brasileiro sugeriu que Maduro poderia convocar novas eleições ou criar um comitê eleitoral suprapartidário para garantir a transparência.
Celso Amorim reafirma postura cautelosa do Brasil
Durante uma reunião da Comissão de Relações Exteriores do Senado, Celso Amorim, assessor internacional de Lula, também abordou a questão das eleições na Venezuela. Amorim afirmou que o Brasil não deve reconhecer um governo se as atas eleitorais não forem apresentadas.
Amorim destacou que “reconhecer governo é diferente de reconhecer Estados”. Além disso, o assessor declarou que o Brasil deve manter suas relações diplomáticas com a Venezuela, apesar das incertezas eleitorais. Amorim também mencionou que, embora estabelecer um prazo para a entrega das atas não seja a melhor solução, a espera “não pode ser para sempre”.
Discussões com líderes regionais
Posteriormente, Lula mencionou que manteve diálogos com outros líderes da América Latina, como os presidentes da Colômbia e do México, para tentar encontrar uma solução para a situação na Venezuela. O presidente brasileiro ressaltou que a transparência e a legitimidade do resultado eleitoral são essenciais para que as sanções contra a Venezuela possam ser suspensas.
Em suas declarações, Lula sugeriu que Maduro poderia tomar medidas para ampliar a participação política, como formar um governo de coalizão e convocar a oposição. Entretanto, o presidente brasileiro ressaltou que sua postura é cautelosa, buscando sempre “resultado” e evitando ações precipitadas.
Logo após as declarações de Lula, a líder da oposição venezuelana, María Corina Machado, rejeitou a possibilidade de novas eleições. Machado afirmou que “a eleição já aconteceu”. O governo de Nicolás Maduro, por sua vez, insiste que o presidente foi reeleito nas urnas, embora ainda não tenha divulgado as atas eleitorais.
A oposição, liderada por Edmundo González, reivindica sobretudo a divulgação completa dos dados eleitorais e afirma ter vencido o pleito. Enquanto isso, o governo brasileiro, por meio de Lula e Celso Amorim, mantém uma postura cautelosa, aguardando a apresentação das atas para tomar uma decisão sobre o reconhecimento do resultado das eleições.