O avanço tecnológico no setor de defesa ultrapassa a criação de armamentos e veículos, englobando também o desenvolvimento de simuladores que prometem ser uma alternativa mais segura, eficiente e econômica para treinamentos militares. Um congresso realizado no Rio de Janeiro, o tema foi amplamente discutido, com foco em como a inovação e as parcerias estratégicas podem transformar a política industrial no Brasil. O evento destacou a importância de integrar tecnologia de ponta para otimizar operações militares e industriais.
O general Tales Villela, chefe da Diretoria de Fabricação do Exército, expôs durante o evento os desafios enfrentados pelo setor para produzir equipamentos de alta tecnologia, sublinhando a importância das parcerias na superação desses obstáculos. Um exemplo significativo é o protótipo do simulador de motorista para o veículo militar Guarani, que está em fase final de desenvolvimento.
As três modalidades de simulação que tem se mostrado vitais para capacitação dos militares na indústria de defesa
O general do exército Fabiano Lima de Carvalho, apresentou três modalidades de simulação que têm se mostrado vitais para a capacitação das tropas. A primeira modalidade utiliza pessoas e equipamentos reais, mas com a adição de sensores que monitoram as ações, proporcionando um ambiente controlado para o treinamento. A segunda envolve a combinação de pessoas reais e simuladores de comando de veículos blindados e helicópteros, permitindo o treinamento em diferentes cenários sem os riscos associados ao uso de equipamentos reais. A terceira modalidade é estratégica, onde pessoas reais comandam tropas em terrenos simulados, recriando atividades de campo em um ambiente virtual.
Simuladores de alta tecnologia para defesa: transformando operações militares e industriais
Paulo Ricardo Torres, diretor industrial de pesquisa, desenvolvimento e inovação da Condor, empresa especializada em produtos não letais, também participou do evento, compartilhando a experiência da empresa no desenvolvimento de simuladores de tiro. Torres destacou a importância desses treinamentos para o correto manuseio de armamentos não letais, que são exportados para 87 países.
Outra inovação mencionada foi a linha de dispositivos eletrônicos e smart devices, incluindo uma arma elétrica projetada para imobilizar indivíduos sem causar ferimentos, integrada a uma câmera corporal com sistema de reconhecimento facial e de objetos. “Essas inovações aumentam a eficiência operacional e reduzem os custos de armazenagem de dados em nuvem”, concluiu Torres, ressaltando o compromisso da Condor com a modernização tecnológica no setor de defesa.
Desafios e oportunidades: o Futuro do treinamento militar seguro e eficiente
O investimento em simuladores pela indústria da defesa brasileira reflete uma tendência global de otimizar recursos e aprimorar treinamentos militares através de tecnologias avançadas. As parcerias entre o setor público e privado, juntamente com o apoio de instituições de pesquisa, têm sido fundamentais para essa transformação. Com a continuidade desses esforços e o aumento de investimentos, a expectativa é que o Brasil possa consolidar-se como um líder em inovação no setor de defesa, garantindo maior eficiência e economia para as forças armadas e para a indústria como um todo.