O pedido inicial por caças F-16 veio do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky logo após a invasão russa em fevereiro de 2022. Na época, a Ucrânia buscava fortalecer sua defesa aérea e garantir a superioridade nos céus, algo essencial para resistir ao avanço russo. No entanto, a resposta dos países aliados foi lenta, e apenas em agosto de 2023 os Estados Unidos, sob a liderança de Joe Biden, autorizaram a reexportação desses caças pelos países europeus que os possuíam.
Somente após a atualização de suas próprias frotas para o F-35, nações como Bélgica, Dinamarca, Holanda e Noruega decidiram doar seus F-16 à Ucrânia. A primeira remessa, composta por cerca de 10 aeronaves, foi entregue no final de julho de 2023, com a expectativa de que os 65 caças F-16 restantes cheguem até o final de 2025.
Atraso na entrega do caça F-16 e receio dos EUA em provocar a Rússia
A entrega dos caças F-16 demorou devido ao receio dos EUA em provocar a Rússia e à falta de pilotos ucranianos treinados. Treinar um piloto para operar um F-16 leva meses, mas dominar as técnicas de combate pode levar anos. Essa limitação impactou a rapidez com que as aeronaves foram disponibilizadas.A demora na entrega, porém, não se deveu à falta de aeronaves, mas à escassez de pilotos ucranianos treinados para operá-las. De acordo com o professor Justin Bronk, do Royal United Services Institute. A Ucrânia, portanto, enfrenta um desafio não apenas em equipar suas forças aéreas, mas também em garantir que seus pilotos estejam plenamente capacitados para utilizar esses caças em cenários de alta intensidade.
Avanço na capacidade defensiva da Ucrânia
Os cidadãos ucranianos podem agradecer aos caças F-16 se eles conseguirem impedir que mísseis russos atinjam usinas de energia e outras infraestruturas críticas. Outro desafio significativo é a crescente utilização russa de bombas planadoras, que estão sendo usadas para atacar tropas e cidades ucranianas. Os F-16 podem não ser os melhores para combater essa ameaça, uma vez que seus armamentos podem não ser suficientes para derrubar essas bombas em pleno ar, conforme aponta O’Brien. Portanto, enquanto os F-16 representam um avanço na capacidade defensiva da Ucrânia, sua real eficácia ainda dependerá de diversos fatores, incluindo a capacidade russa de adaptar suas táticas e o tempo necessário para que os pilotos ucranianos se tornem proficientes no uso dessas aeronaves.
Ucrânia pode não receber o número necessário de aeronaves F-16
Apesar da entrega dos F-16 ser um avanço, analistas do CSIS sugerem que a Ucrânia precisaria de cerca de 216 caças para fazer uma diferença significativa na guerra. Com os países doadores substituindo os F-16 por caças mais avançados, a Ucrânia pode não receber o número necessário para alterar drasticamente o conflito.Os F-16 representam um reforço importante para a Ucrânia, mas sua verdadeira influência na guerra dependerá de vários fatores, incluindo o número de aeronaves recebidas, a habilidade dos pilotos e a capacidade de superar as defesas russas.