A Rússia, uma das maiores potências militares do mundo, tem enfrentado desafios significativos para consolidar o MiG-35 no mercado internacional de defesa. Apresentado pela Mikoyan em 2017 como uma versão aprimorada do MiG-29, o caça foi inicialmente promovido como um modelo de geração 4++ com a promessa de ser uma alternativa moderna e altamente eficaz para forças aéreas ao redor do mundo. No entanto, o futuro da aeronave tem sido marcado por incertezas e dificuldades de exportação.
O MiG-35 surgiu em um momento em que a Mikoyan, tradicional fabricante de aeronaves de combate russas, buscava renovar sua linha de produtos e atrair novos compradores estrangeiros. O caça foi descrito como um avanço significativo em relação ao MiG-29, com melhorias em aviônica, sistemas de combate, e capacidade de carga. Contudo, especialistas do setor questionam se essas atualizações são suficientes para justificar o novo nome ou se a aeronave é apenas uma versão modernizada do modelo anterior.
Um dos principais obstáculos enfrentados pelo MiG-35 tem sido a falta de interesse por parte de potenciais compradores. Apesar dos esforços da Rússia para comercializar o caça, países como Egito e Índia, que eram considerados clientes em potencial, recusaram a compra. A falta de sucesso nas exportações levanta dúvidas sobre a viabilidade do projeto e a confiança de outros países em investir em uma aeronave cuja operacionalidade ainda é questionada.
Além das dificuldades no mercado internacional, há também um mistério sobre a verdadeira utilização do MiG-35 pelas próprias forças armadas russas. Informações sobre o uso operacional da aeronave são escassas, e algumas fontes sugerem que apenas dois exemplares teriam sido entregues até o momento. Essa incerteza alimenta especulações de que o caça pode ser mais uma manobra de marketing do que uma inovação real na frota militar russa.
O MiG-35 foi inicialmente promovido como um caça de superioridade aérea capaz de rivalizar com os modelos mais avançados do Ocidente. No entanto, a falta de um sistema de controle fly-by-wire no MiG-29, sua versão predecessora, continua a ser uma limitação significativa, especialmente quando comparado com aeronaves como o F-16 dos Estados Unidos. Apesar das melhorias, o MiG-35 ainda enfrenta desafios técnicos e de percepção que prejudicam sua aceitação no mercado global.
Para tentar reverter esse quadro, a Mikoyan tem buscado novos mercados, mirando em países como Bangladesh e Malásia. No entanto, as perspectivas de sucesso nessas negociações são incertas. A concorrência com outros caças de quarta e quinta geração, que já possuem reputação estabelecida e sistemas comprovados, coloca o MiG-35 em uma posição delicada.
Embora tenha sido anunciado como um caça de nova geração, o MiG-35 carrega o peso de ser visto como uma simples atualização do MiG-29. Essa percepção afeta diretamente a sua atratividade para compradores que buscam aeronaves modernas e competitivas. A necessidade de convencer potenciais clientes de que o MiG-35 oferece algo realmente novo e valioso tem sido um dos maiores desafios para a Mikoyan.
Enquanto isso, o futuro do MiG-35 permanece incerto. Com poucas vendas concretizadas e questionamentos sobre sua existência operacional, a aeronave enfrenta um cenário difícil. A Rússia, que tradicionalmente se destacou na exportação de equipamentos militares, vê no MiG-35 um desafio que ainda precisa ser superado.
A história do MiG-35 serve como um lembrete das complexidades envolvidas na indústria de defesa, onde a inovação técnica deve ser acompanhada por uma estratégia eficaz de mercado e confiança por parte dos potenciais compradores. Se o MiG-35 conseguirá superar esses obstáculos e se afirmar como uma aeronave de destaque, ainda é uma questão em aberto.
Com informações de: Hoje no mundo Militar