Marinha dos EUA deu um passo significativo na modernização de sua conectividade, com a implementação de satélites Starlink, desenvolvidos pela Space X, empresa de Elon Musk, a bordo do USS Abraham Lincoln (CVN 72). Liderado pelo Naval Information Warfare Systems Command (NAVWAR), o projeto Sailor Edge Afloat and Ashore (SEA 2) está redefinindo como os marinheiros permanecem conectados, tanto em missões no mar quanto em operações em terra.
A princípio, os marinheiros enfrentavam grandes dificuldades para se manter conectados ao mundo exterior durante longas missões no mar. A falta de uma conexão de internet confiável não só dificultava o contato com amigos e familiares, mas também comprometia o desempenho de tarefas críticas, como a operação de sistemas de combate, navegação e comunicação. A necessidade de uma internet de alta velocidade tornou-se ainda mais evidente com as restrições impostas pela pandemia da COVID-19, quando as escalas nos portos foram drasticamente limitadas.
Satélites de órbita baixa: conexão rápida e confiável para marinha dos EUA
O projeto SEA 2 surge como uma resposta a essa demanda, utilizando tecnologia de satélites de órbita baixa para fornecer uma conexão rápida e confiável. Diferente dos antigos satélites geoestacionários do Departamento de Defesa (DOD), que orbitam a aproximadamente 22.300 milhas da Terra, os novos satélites estão localizados entre 375 e 750 milhas de altitude. Essa proximidade reduz significativamente o tempo de latência, proporcionando taxas de dados muito mais rápidas.
Tecnologia Inovadora: transformando a conectividade das embarcações nos EUA e no mundo
O sucesso do projeto SEA 2 depende de três componentes cruciais: a interligação a laser entre os satélites, um sistema de downlink para conectar locais em terra, e um código de mobilidade avançado que mantém a conexão entre os navios e os satélites, mesmo enquanto as embarcações estão em movimento. Esses avanços foram desenvolvidos pelo gabinete executivo do programa de comando, controle, comunicações, computadores e Inteligência, em parceria com o escritório de programa de Comunicações e Navegação por Sistema de Posicionamento Global PMW 170 da NAVBAR.
Sistema baseado em nuvem com grande capacidade de armazenamento de dados
Uma peça central dessa nova infraestrutura é o Satellite Terminal (transportável) Não Geoestacionário (STroNG). Este sistema inovador permite que os navios acessem satélites de órbita baixa de maneira segura, com uma taxa de transferência de dados que varia de 30 a 50 megabits por segundo, podendo escalar até um gigabit por segundo com a conexão de múltiplas antenas Starlink. Isso representa uma melhoria drástica na tecnologia em relação às capacidades anteriores, abrindo caminho para futuras inovações, como o Flank Speed Edge, um sistema baseado em nuvem projetado para gerenciar grandes volumes de dados em navios.
Futuro da conectividade naval dos EUA: benefícios além da comunicação
A implementação do SEA 2 a bordo do USS Abraham Lincoln é um marco importante para a Marinha dos EUA, mas os benefícios vão além da comunicação. A capacidade de manter uma conexão de internet de alta velocidade em todos os cantos do mundo é essencial não apenas para o bem-estar dos marinheiros, mas também para a eficácia das operações militares. A conectividade aprimorada permite que as forças armadas operem de forma mais eficiente, respondendo rapidamente a ameaças e coordenando ações com aliados.
Com o SEA 2, a Marinha dos EUA está bem posicionada para enfrentar os desafios do futuro, garantindo que seus marinheiros estejam sempre conectados, não importa onde estejam. Essa atualização tecnológica não apenas moderniza a frota, mas também fortalece a capacidade da Marinha de proteger interesses globais em um mundo cada vez mais digital e interconectado.