O Exército e a Rebrapaz (Rede Braisleira Sobre Operação de Paz) realizaram no último dia 27 de agosto um seminário sobre prevenção à exploração e abuso sexual durante operações de paz como as realizadas no Haiti e países do continente africano.
O evento foi realizado no Quartel-General do Exército, em Brasília, e teve o objetivo de divulgar conhecimentos e experiência em torno do complexo tema.
Segundo o comandante da Força Terrestre, General Tomás Paiva, “não podemos fechar os olhos para isso” e “temos que ser capazes de prevenir e reprimir”.
“Temos no nosso país uma ‘escola’ para, cada vez mais, respeitar as desigualdades e incluir as melhorias, exercitar mais os direitos humanos e prevenir qualquer tipo de abuso e exploração sexual em operações”.
O Comandante de Operações Terrestres, General André Luis Novaes Miranda, argumentou que “esse é mais um passo que damos para discutir boas práticas, eventuais falhas, identificar o que podemos melhorar, ouvir a participação de outras autoridades, de pessoas com experiência no terreno e destacou conduta exemplar das tropas brasileiras em operações de paz e o compromisso com os direitos humanos na educação, treinamentos e formação dos militares brasileiros”.
“É nas escolas de formação que nascem nossos valores militares. A questão do cuidado, do respeito com a dignidade humana, o respeito às leis, o respeito ao direito internacional humanitário, aos direitos humanos, a questão da ética profissional militar, tudo isso nasce nas escolas. E temos orgulho disso”.
Durante o seminário foram lançadas também 2 cartilhas de orientação:
– Handbook on Prevention of Sexual Exploitation and Abuse in United Nations Peace Operations (em inglês e espanhol)
– Implementação da Agenda Mulheres, Paz e Segurança
Eduarda Hamann, Coordenadora-Geral da Rebrapaz, valorizou a maior atenção que o tema vem recebendo das Forças Armadas.
“É nesse contexto de vulnerabilidade, de violências variadas, inclusive sexuais, que se desdobram as Operações de Paz. Mas temos visto um número cada vez maior de pessoas e instituições genuinamente preocupadas em lidar com aquelas situações. Se no começo eram organizações de direitos humanos, de saúde feminina, hoje temos organizações políticas e até Forças Armadas, como o Exército Brasileiro”.