A fabricante sueca Saab alcançou recentemente um avanço significativo ao garantir, de forma não oficial, um importante contrato com a Força Aérea Real Tailandesa (RTAF) para fornecer os caças Gripen E/F. Esta conquista sinaliza novas oportunidades para a Saab, incluindo a possibilidade de competir no aguardado contrato de caças multifuncionais da Força Aérea Indiana (IAF), estimado em US$ 20 bilhões.
Em 27 de agosto, a RTAF anunciou sua intenção de adquirir o Gripen E/F, citando a capacidade da aeronave de atender às necessidades estratégicas e doutrinárias da força aérea. A decisão veio após um rigoroso processo de avaliação que durou dez meses, e é vista como um impulso significativo para a Saab, que enfrentou dificuldades para garantir contratos nos últimos anos.
Richard Smith, vice-chefe de marketing e vendas do Gripen, expressou sua satisfação com o contrato, destacando que a Tailândia é agora o terceiro operador do Gripen E/F, após o Brasil. Embora o número exato de aeronaves a serem adquiridas pela Tailândia ainda não tenha sido divulgado, relatórios anteriores sugerem uma necessidade imediata de 12 a 14 caças.
Com a Tailândia programada para iniciar a aquisição no ano fiscal de 2025 e as entregas previstas para começar em 2028, este acordo pode representar uma virada para a Saab. A empresa espera que este sucesso atraia mais compradores e aumente suas chances em futuras competições, incluindo o cobiçado contrato MRFA da Índia.
A Saab tem feito progressos notáveis em seus esforços para garantir o próximo contrato MRFA da IAF, uma vez que o número de esquadrões de caças na força aérea indiana continua a diminuir e a modernização da frota é urgentemente necessária. O contrato MRFA é uma progressão natural do acordo anterior de aeronaves de combate multifuncionais (MMRCA), que foi cancelado em 2015.
No entanto, a Saab enfrenta uma concorrência acirrada de gigantes como Lockheed Martin, Boeing, Dassault, entre outros. A empresa sueca tem apresentado propostas atraentes, incluindo a transferência completa de tecnologia e a produção local dos caças Gripen na Índia, a um custo significativamente inferior ao do Rafale, considerado o favorito devido à sua presença já estabelecida na frota da IAF.
Apesar das vantagens do Gripen, como a integração de armas avançadas e o menor custo de ciclo de vida, especialistas acreditam que o caça enfrenta desafios, principalmente devido à falta de influência política substancial e apoio financeiro. Além disso, o Gripen E compartilha semelhanças significativas com o LCA Tejas da Índia, que já está sendo incorporado à frota da IAF.
Essas semelhanças levantam questões sobre a necessidade de adquirir outra aeronave com capacidades semelhantes, tornando a escolha do Gripen E potencialmente redundante. Além disso, a promessa da Saab de transferência de tecnologia e produção local na Índia é vista com ceticismo, devido à dependência de componentes de fabricantes em outros países.
Assim, embora o Gripen E seja um caça altamente capaz, suas chances de conquistar o contrato MRFA da Índia são reduzidas pela competição com o LCA Tejas e outros fatores políticos e econômicos. A decisão final, no entanto, dependerá do governo indiano e da evolução do processo de licitação.
Com informações de: Eurasiantimes