Os militares das Forças Armadas Brasileiras, incluindo Aeronáutica, Marinha e Exército, terão um reajuste salarial de 9% até 2026, conforme anunciou o governo federal. O aumento será aplicado em duas parcelas, sendo a primeira de 4,5% em abril de 2025 e a segunda de 4,5% no ano seguinte, em 2026.
O impacto nas contas públicas desse reajuste está estimado em R$ 3 bilhões, segundo técnicos do Ministério da Gestão e Inovação (MGI). Além dos militares, servidores civis federais também serão contemplados com reajustes. Clique aqui para acessar a nova tabela de soldo dos militares calculada pela Revista Sociedade Militar.
De acordo com o governo, cerca de 98% das carreiras do funcionalismo público serão afetadas, com impacto de R$ 16 bilhões em 2025 e R$ 11 bilhões em 2026. Esses acordos foram firmados antes do envio da proposta orçamentária ao Congresso Nacional.
O reajuste abrange militares da ativa, da reserva e pensionistas, e foi fruto de negociações entre o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, e o presidente Lula. Os comandantes das Forças Armadas também participaram das tratativas, buscando garantir pelo menos a reposição da inflação.
A última vez que os militares tiveram reajuste salarial foi no Governo Dilma.
O impacto nas contas públicas gera preocupações entre especialistas, que destacam a necessidade de equilíbrio fiscal para manter a sustentabilidade do orçamento federal nos próximos anos.
O governo federal havia reservado R$ 3 bilhões no orçamento de 2025 para os membros das Forças Armadas, representando 13,8% do total de R$ 21,7 bilhões destinados aos aumentos de servidores públicos e militares.
Essa reserva foi enviada ao Congresso Nacional como parte do Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA). Desde o ano passado, o Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos iniciou um processo de negociações para ajustes salariais e reestruturação de carreira, buscando atender tanto aos militares quanto aos servidores civis.
Vale lembrar que os militares de patentes e graduações mais baixas, como tenentes, suboficiais, sargentos, cabos e soldados, estão sem reajuste salarial que compense as perdas inflacionárias desde 2016.
A última reposição ocorreu após negociações com o governo da então presidente Dilma Rousseff, quando foi concedido um reajuste de 27%, dividido em quatro parcelas, com a última sendo paga em janeiro de 2019.
O contexto atual de negociação para novos aumentos reflete a busca dessas categorias por uma atualização salarial que acompanhe o aumento do custo de vida nos últimos anos.
Fonte: Globo.