O governo federal anunciou recentemente um reajuste salarial de 9% para os militares das Forças Armadas, dividido em duas parcelas até 2026. A medida, que abrange tanto os militares da ativa quanto os da reserva e pensionistas, foi resultado de negociações entre o ministro da Defesa, José Múcio, e o presidente Lula, com o objetivo de garantir a reposição da inflação.
Entretanto, conforme revelou a Folha de S.Paulo, o governo também estuda cortes na previdência dos militares. A ministra do Planejamento, Simone Tebet, afirmou que três medidas estão em análise, visando reduzir o déficit causado pelas regras especiais de aposentadoria das Forças Armadas. Segundo ela, não será uma reforma ampla, mas o que considera possível aprovar no Congresso Nacional.
Os cortes pretendem conter o rombo de cerca de R$ 50 bilhões nas contas públicas, causado pelas aposentadorias militares, um valor 15 vezes maior do que o déficit gerado pelas aposentadorias de civis no Regime Geral da Previdência Social. As mudanças estão sendo coordenadas pela ministra da Gestão e Inovação, Esther Dweck, e ainda não têm detalhes divulgados.
Além disso, técnicos do governo calculam que o impacto do reajuste salarial dos militares pode chegar a R$ 3 bilhões no orçamento de 2025, elevando as preocupações sobre o equilíbrio fiscal nos próximos anos. O governo já reservou essa quantia no Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA).
O ministro da Defesa também pediu um relatório detalhado aos comandantes das Forças Armadas sobre os benefícios atuais, enquanto o Tribunal de Contas da União (TCU) sugere que novos cortes comecem pelos militares para amenizar o rombo previdenciário.
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