O chefe militar da Ucrânia, Oleksandr Syrskii, defendeu a ofensiva de Kiev na região russa de Kursk. Segundo Syrskii, a operação está cumprindo seu objetivo principal: conter o avanço das forças russas no leste da Ucrânia.
Em uma entrevista à CNN, Syrskii explicou que, apesar das tentativas russas, o exército inimigo não avançou em direção à cidade estratégica de Pokrovsk nos últimos seis dias. Segundo Syrskii, “nossa estratégia está funcionando”.
A Ucrânia lançou a ofensiva surpresa em Kursk em agosto, capturando mais de 1.300 quilômetros quadrados e diversos assentamentos. O objetivo era sobretudo desviar a atenção das forças russas de Pokrovsk, uma cidade importante na região de Donetsk, onde combates intensos continuam a ocorrer.
Rússia reage, mas avanços são limitados
Por outro lado, o presidente russo, Vladimir Putin, afirmou que a ofensiva ucraniana em Kursk falhou em interromper o avanço de suas tropas em Donetsk. Segundo Putin, os esforços ucranianos apenas enfraqueceram suas próprias defesas. Enquanto isso, analistas afirmam que a Rússia não transferiu tropas significativas do leste para Kursk, onde suas forças contam com apoio de recrutas e combatentes chechenos.
Apesar disso, Putin disse que suas forças capturaram várias aldeias a leste de Pokrovsk e Myrnohrad, com a evacuação de milhares de civis em andamento. Contudo, Syrskii afirmou que a ofensiva de Kursk conseguiu limitar a capacidade russa de manobra e de enviar reforços, diminuindo a intensidade dos bombardeios e da ofensiva inimiga.
Pressão ucraniana por mais suporte aéreo
Com os combates em curso e os recentes ataques russos a áreas civis, que resultaram em dezenas de mortes, a Ucrânia intensificou seus apelos por mais defesas aéreas do Ocidente. A questão será debatida em uma reunião do Grupo de Contato de Defesa da Ucrânia (UDCG), na Alemanha, com a participação de aliados que oferecem suporte militar ao país.
Antes do encontro, o Reino Unido anunciou a entrega de 650 sistemas de mísseis multifuncionais leves (LMM) para reforçar as defesas aéreas da Ucrânia. As primeiras entregas estão previstas para ocorrer até o final deste ano. “Esses novos mísseis darão à Ucrânia o suporte necessário para defender seu povo e território dos ataques brutais de Putin”, disse o secretário de Defesa do Reino Unido, John Healey, referindo-se aos recentes bombardeios russos em Poltava e Lviv.