Em pronunciamento à nação feito nesta sexta-feira, 6 de setembro, véspera do Dia da Independência do Brasil, o presidente Lula usou a maior parte do seu discurso para defender e celebrar a democracia.
“Democracia não é um pacto de silêncio. É o debate entre as opiniões divergentes que compõem a sociedade. Democracia é o diálogo, é a convivência civilizada entre opostos. É o respeito à vontade do povo expressa livremente nas urnas”.
Falando claramente sobre os atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023, o presidente também disse que democracia “não é o direito de mentir, espalhar o ódio e atentar contra a vontade do povo”.
“Em momentos decisivos da história, a defesa da democracia é capaz de unir adversários de longa data. Foi assim na construção da aliança para garantir a governabilidade do país, após as eleições de 2022. Foi assim no 8 de janeiro de 2023, quando democratas de quase todos os partidos se uniram para derrotar a tentativa de golpe. Daquele dia em diante, deixamos bem claro ao mundo que o Brasil é um país onde a paz e a liberdade imperam, mas não é um território sem lei e sem ordem”.
Mais adiante, o presidente prometeu que, junto com os 27 governadores, vai derrotar o crime organizado por meio da criação de uma Política Nacional de Segurança Pública.
Também alfinetou o bilionário Elon Musk, atualmente em guerra com o judiciário brasileiro por não cumprir determinações, em especial, do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes.
“Nenhum país é de fato independente quando tolera ameaças à sua soberania. Seremos sempre intolerantes com qualquer pessoa, tenha a fortuna que tiver, que desafie a legislação brasileira. Nossa soberania não está à venda”.
Apesar de ter falado sobre diversas áreas sociais, como educação, saúde, ciência, desenvolvimento, segurança pública, trabalho e inclusão social, o presidente nada disse sobre o tema da defesa, cada vez mais combalida pelos cortes no orçamento.
Historicamente, tropas militares brasileiras formadas em caráter emergencial por D. Pedro I foram fundamentais para a independência do Brasil de Portugal. Foram elas que lutaram por quase 3 anos contra movimentos leais à família real portuguesa em províncias rebeldes, como Bahia, Piauí e Maranhão, Grão-Pará e Cisplatina (atual Uruguai) até o restabelecimento da paz.