O lendário esquadrão 354º de Ataque da Força Aérea dos Estados Unidos encerrou suas operações após mais de 30 anos dedicados a fornecer suporte aéreo às forças terrestres em combate. Localizado na Base Aérea de Davis-Monthan, no Arizona, o esquadrão ficou marcado pelo uso do famoso A-10 Thunderbolt II, carinhosamente chamado de “Warthog” por sua robustez e letalidade em combate.
Durante sua existência, o 354º esquadrão seguiu um mantra simples, mas poderoso: “Nossa missão é apoiar o soldado de 18 anos com um fuzil”. Essa mensagem, transmitida através de uma placa modesta na base, serviu como lembrete constante para os pilotos de que sua missão era proteger as tropas em solo, colocando suas vidas em risco se necessário.
Com o encerramento do esquadrão, a Força Aérea dos EUA avança em seu plano de desativar toda a frota do A-10 até 2029. Os últimos voos do 354º aconteceram em junho deste ano, com as aeronaves sendo realocadas para unidades na Geórgia, Coreia do Sul e a escola de pilotos de A-10. As que não foram transferidas seguem para o “cemitério” de aeronaves, o famoso 309th Aerospace Maintenance and Regeneration Group.
O coronel Scott Mills, comandante da ala de operações da base de Davis-Monthan, expressou o peso emocional de ver o fim do esquadrão. “Foi meu primeiro esquadrão como piloto logo após os ataques de 11 de setembro. Ver essa foto final não só mostra minha própria história, mas também a história do A-10 em Tucson e a relevância do esquadrão ao longo dos anos.”
Desde 1991, o 354º esquadrão participou de missões importantes em conflitos como a Guerra do Golfo, Afeganistão e Iraque. Seus pilotos foram premiados em diversas ocasiões, inclusive com troféus Mackay, concedidos por missões excepcionais, como os resgates de tropas aliadas sob fogo pesado em áreas de conflito.
Para o coronel Mills, o espírito do esquadrão vai além do avião em si. Ele acredita que o “pensamento de ataque” não está vinculado ao modelo de aeronave, mas sim à mentalidade dos pilotos em defender os soldados em solo, custe o que custar.
Com a transição para novas aeronaves, como o F-35, o esquadrão e a Força Aérea enfrentam novos desafios em ambientes de combate cada vez mais complexos. O coronel Patrick Chapman, comandante do esquadrão, reafirmou a importância dessa evolução, reconhecendo o valor do A-10, mas destacando que os novos conflitos exigem tecnologias e capacidades diferentes.
O fim das operações do 354º esquadrão marca não apenas o término de uma era para a aviação de ataque, mas também um novo capítulo na história da Força Aérea, onde o compromisso com as tropas em solo continua inabalável, mesmo com a modernização de sua frota.
O A-10, embora aposentado, deixou um legado inestimável de coragem e dedicação, que será levado adiante pelos novos pilotos e suas aeronaves de última geração.
Com informações de: Taskandpurpose