A Universidade de Stanford deu um grande salto na exploração dos oceanos com o desenvolvimento do Photoacoustic Airborne Sonar System (PASS). Essa tecnologia inovadora, que combina luz e som, promete transformar o mapeamento subaquático ao permitir que drones e helicópteros realizem levantamentos detalhados do fundo do mar sem sequer tocar na água. O principal objetivo do sonar é superar os desafios impostos pela física, que causam a perda de energia quando as ondas sonoras e luminosas atravessam a interface ar-água.
O sistema sonar PASS utiliza lasers para gerar ondas ultrassônicas na água, capturando imagens tridimensionais detalhadas de objetos submersos, com uma eficiência muito maior do que os sonares convencionais. Esse avanço técnico é um marco para a exploração oceânica em grande escala, algo até então inviável devido à perda de mais de 99,9% da energia quando o som ou luz transita entre o ar e a água.
Superando os limites dos sonares tradicionais: laser e som, a combinação perfeita para explorar os oceanos
Os sonares tradicionais dependem de sensores submersos para captar imagens, o que torna o mapeamento mais lento, caro e limitado a pequenas áreas. Com o sonar PASS, porém, esse problema é resolvido ao permitir que o levantamento seja feito a partir do ar, eliminando a necessidade de contato direto com a água. O sistema dispara um laser que é absorvido pela água, gerando ondas ultrassônicas que percorrem a coluna d’água, refletem nos objetos submersos e retornam à superfície.
Ainda que ocorra perda de energia quando as ondas sonoras atravessam a superfície da água, a tecnologia desenvolvida por Stanford é sensível o suficiente para detectar esses sinais, mesmo com a perda significativa de energia. Essa abordagem inovadora permite capturar imagens subaquáticas tridimensionais com muito mais rapidez e eficiência, abrindo caminho para novas pesquisas em áreas como o rastreamento de navios naufragados e o mapeamento das profundezas oceânicas.
Ondas ultrassônicas: o futuro da biologia marinha
Embora o Photoacoustic Airborne Sonar System ainda esteja em fase experimental, os testes de laboratório já mostraram resultados promissores. Atualmente, o sistema foi testado em recipientes de água estática, simulando um ambiente controlado, onde os pesquisadores conseguiram reconstruir imagens 3D de objetos submersos, como o símbolo “S” da Stanford. O próximo passo é expandir os testes para ambientes maiores e enfrentar o desafio das ondas em águas abertas, que podem interferir na precisão das leituras.
Sonar aéreo: um salto tecnológico na exploração dos oceanos
A visão dos pesquisadores é integrar o sistema a helicópteros ou drones, que sobrevoaram o mar a dezenas de metros de altura, mapeando grandes áreas de forma rápida e precisa. Isso revolucionaria o mapeamento oceânico, e permitiria a realização de pesquisas biológicas marinhas em grande escala, com resolução e velocidade comparáveis às obtidas em levantamentos terrestres.
O sonar PASS tem o potencial de se tornar uma ferramenta essencial para a exploração subaquática, com aplicações que vão desde o rastreamento de navios naufragados até o estudo de ecossistemas marinhos. A expectativa é que a tecnologia atinja profundidades comparáveis às dos sonares tradicionais, que penetram centenas ou até milhares de metros abaixo da superfície. Além disso, a capacidade de realizar levantamentos sem o uso de embarcações reduziria significativamente os custos e o tempo necessário para as operações de mapeamento.
O Photoacoustic Airborne Sonar System (PASS), representa uma inovação tecnológica que promete revolucionar a forma como enxergamos e exploramos os oceanos, um dos recursos mais misteriosos e inexplorados do planeta. Com seus testes em fase de expansão e o apoio de grandes instituições de pesquisa, essa tecnologia tem tudo para fornecer imagens subaquáticas com a mesma clareza e rapidez do mapeamento terrestre.