O ano de 2024 se mostra um dos mais decisivos para a Ucrânia desde o início da invasão russa, com a destruição de parte significativa da infraestrutura energética do país. Ataques massivos lançados pela Rússia entre março e junho resultaram na perda de metade da capacidade de geração de energia ucraniana, criando um cenário preocupante para o inverno que se aproxima. Os cidadãos ucranianos já enfrentam apagões diários que podem chegar a durar até 12 horas, comprometendo serviços essenciais e o bem-estar da população.
As condições no campo de batalha também pioraram. A linha de frente, que se estende por mais de mil quilômetros, viu avanços russos consistentes ao longo de 2024. Embora os ganhos territoriais sejam graduais, a Rússia parece ter adotado uma estratégia de desgaste, impondo pesadas perdas às tropas ucranianas. Especialistas afirmam que, com a chegada do inverno, a situação pode se agravar ainda mais, já que o país enfrenta um déficit de recursos energéticos e a dificuldade de reposição de soldados e equipamentos militares.
Nas cidades, a falta de eletricidade afeta diversos serviços, desde a comunicação até a realização de cirurgias. Muitos ucranianos enfrentam dificuldades para acessar cuidados médicos, manter suas casas aquecidas e armazenar alimentos adequadamente. A previsão para o inverno de 2024-2025 indica que os apagões podem durar até 20 horas, agravando ainda mais a crise humanitária que já atinge milhões de pessoas deslocadas pelo conflito.
Enquanto a Rússia intensifica seus ataques, o esforço militar da Ucrânia depende cada vez mais do apoio ocidental. Entretanto, há sinais de que este suporte pode não ser suficiente para alterar o curso da guerra. A produção de veículos militares e munições por parte da Rússia, alimentada por sua mobilização econômica, está em alta, enquanto a Ucrânia enfrenta desafios para reabastecer suas forças com os recursos disponíveis.
A moral entre os ucranianos também começa a ser afetada. Uma recente pesquisa apontou que 44% da população acredita que é hora de buscar negociações com a Rússia, embora a maioria rejeite os termos impostos pelo presidente Vladimir Putin. Com a chegada do inverno, os impactos sobre a população civil podem influenciar diretamente a disposição do país em continuar resistindo aos ataques russos.
Nos campos de batalha, a Rússia parece seguir uma estratégia de avanços distribuídos ao longo da linha de frente. Em áreas como Donetsk, as tropas russas têm pressionado as forças ucranianas, aproveitando-se de momentos de rotação de tropas para conquistar terreno. A falta de suprimentos e munições adequadas para os ucranianos torna a defesa de posições estratégicas ainda mais complicada.
No entanto, ambos os lados enfrentam desafios para manter suas forças no campo de batalha. A Rússia tem recorrido a prisioneiros e civis mobilizados para sustentar seu esforço de guerra, enquanto a Ucrânia luta para treinar e equipar suas tropas. Com a expectativa de mais baixas nos próximos meses, a capacidade de ambos os lados em preencher suas fileiras será determinante para a continuidade do conflito em 2025.
Se o apoio ocidental continuar a diminuir e as dificuldades internas aumentarem, especialistas preveem que a Ucrânia pode ser forçada a reconsiderar sua estratégia de guerra no início de 2025. O futuro do país, que resistiu bravamente à invasão até o momento, dependerá da capacidade de lidar com as adversidades que 2024 trouxe.
Com informações de: ESD