Em um novo capítulo da tensa relação entre Israel e o Hezbollah, uma revelação veio à tona nesta quarta-feira, 18 de setembro. Segundo informação do South China Morning Post, o Mossad, a agência de espionagem de Israel, teria plantado explosivos em 5.000 pagers importados pelo grupo militante Hezbollah, do Líbano. Esses dispositivos, que explodiram nessa terça-feira, dia 17, causando a morte de 12 pessoas e ferindo outras 3.000, teriam sido fabricados na Hungria. A operação foi descrita como uma das maiores falhas de segurança do Hezbollah.
Explosivos escondidos nos pagers
Os pagers explosivos usados nos ataques teriam sido produzidos pela empresa BAC Consulting, localizada em Budapeste, Hungria. De acordo com fontes de segurança libanesas, até três gramas de explosivos foram inseridos nos pagers, de forma que passaram despercebidos pelo Hezbollah por meses.
Uma fonte afirmou que os explosivos foram incorporados aos dispositivos com uma “placa especial” que permitia a detonação a partir de um código remoto. A complexidade dessa modificação tornava impossível a detecção dos explosivos, mesmo com scanners ou outros aparelhos de segurança.
Encomenda de 5.000 pagers
O Hezbollah, apoiado pelo Irã, teria encomendado os pagers de uma empresa taiwanesa chamada Gold Apollo. Embora essa empresa tenha negado envolvimento direto na fabricação, ela confirmou que autorizou a BAC Consulting, da Hungria, a usar sua marca. A BAC, por sua vez, não possui uma presença física no endereço registrado em Budapeste, segundo as investigações.
Os pagers teriam chegado ao Líbano no início deste ano, e o Hezbollah os distribuiu entre seus membros como um meio de comunicação seguro, na tentativa de evitar o rastreamento de Israel. Entretanto, o Mossad conseguiu modificar os dispositivos para usá-los em um ataque coordenado.
Consequências do ataque
O ataque, além de ser uma dura derrota para o Hezbollah, também demonstrou a capacidade do Mossad de infiltrar-se nas comunicações do grupo militante inimigo. A operação com os pagers foi considerada uma das mais sofisticadas e eficazes já realizadas por Israel.
Com a explosão dos dispositivos, muitos combatentes do Hezbollah ficaram feridos (alguns mutilados) ou foram mortos. O incidente gerou uma nova onda de tensões na região, especialmente entre Israel, o Hezbollah, e seus aliados.
Tensão crescente na região
Esse ataque ocorre em meio a um aumento das tensões entre Israel e o Hezbollah, agravadas pelo conflito em Gaza desde outubro. A situação preocupa potências internacionais, como os Estados Unidos e o Irã, com o temor de que o conflito possa se expandir para uma guerra regional mais ampla.
Analistas internacionais destacam que a infiltração israelense nas comunicações do Hezbollah é um indicativo do avanço da espionagem de Israel. A operação revela a vulnerabilidade do grupo militante, que agora se vê pressionado a adotar novas medidas de segurança em suas comunicações internas.