O site Foreign Policy divulgou nesta quinta-feira, 19 de setembro, que um novo relatório da Microsoft trouxe preocupações sobre a influência de países estrangeiros nas eleições presidenciais dos Estados Unidos. De acordo com o documento, China, Rússia e Irã estão usando ataques cibernéticos e campanhas de desinformação para desestabilizar o processo eleitoral e influenciar os resultados da votação, marcada para 5 de novembro.
Ações da Rússia
Nos últimos dois meses, hackers russos focaram em minar a campanha da vice-presidente Kamala Harris. Segundo a Microsoft, esses grupos disseminaram vídeos falsos, incluindo imagens forjadas que mostravam um apoiador de Harris atacando um participante de um comício de Donald Trump. Outro vídeo espalhado afirmava falsamente que Harris estava envolvida em um atropelamento e fuga.
Além dos vídeos, os russos usaram sites de notícias falsas para amplificar essas mentiras. A expectativa é que essas táticas se intensifiquem conforme a eleição se aproxima, com mais conteúdos manipulados circulando nas redes sociais e sites de notícias.
Interferência da China
A China também é apontada como um adversário cibernético de peso. Em uma operação recente, o FBI desmantelou uma botnet — rede de computadores infectados — que estava sob controle de hackers chineses. Essa rede foi usada para espionar e causar danos em sistemas críticos, tanto nos Estados Unidos quanto em outros países.
O diretor do FBI, Christopher Wray, explicou que os hackers comprometeram centenas de milhares de dispositivos conectados à internet, metade deles em território americano. A operação foi considerada um sucesso, mas as autoridades alertam que novas tentativas de interferência podem ocorrer até o dia da eleição.
Irã e as eleições
O Irã também intensificou seus esforços para interferir nas eleições de 2024. De acordo com o FBI, hackers iranianos invadiram a campanha de Donald Trump, roubando informações confidenciais. Esses dados foram enviados para pessoas ligadas à campanha de reeleição de Joe Biden, antes que ele fosse substituído por Kamala Harris como candidato.
Essa movimentação é vista como uma resposta ao ataque ordenado por Trump em 2020, que resultou na morte do general iraniano Qassem Suleimani.
Medidas de defesa dos EUA
Em resposta às tentativas de interferência, o governo de Joe Biden adotou uma série de medidas para combater a desinformação e os ataques cibernéticos. Sanções foram impostas à Rússia, incluindo restrições ao canal estatal Russia Today (RT), que atua como um braço de propaganda do Kremlin. Além disso, plataformas de mídia social, como Meta e Google, começaram a restringir conteúdos ligados ao RT.
As autoridades americanas prometem continuar atentas e reforçar as defesas cibernéticas para garantir que a eleição ocorra de forma justa e segura.