USAF avança com novos drones MQ-25 em conferência de inovação militar. Projeto da Boeing promete reabastecimento aéreo autônomo e soluções para operações em áreas contestadas. Neste momento, a gigante da indústria aeroespacial apresenta uma versão terrestre desse avião-tanque não tripulado, o MQ-25 Land-Based Variant (LBV), que foi projetado para suprir as crescentes necessidades da Força Aérea dos EUA (USAF) em operações de combate de alto risco.
Esta inovação não apenas fortalece o portfólio da Boeing em soluções de reabastecimento autônomo, mas também amplia as capacidades do Collaborative Combat Aircraft (CCA), tornando-o apto a operar em espaços aéreos contestados. À medida que a tecnologia avança, a integração de drones como o MQ-25 LBV promete transformar a forma como operações militares são conduzidas no futuro próximo.
Expansão das capacidades: novo projeto ambicioso com 28 metros de envergadura
Segundo a Boeing, o novo MQ-25 LBV apresenta uma envergadura de 28 metros, um aumento considerável em relação aos 23 metros da versão original da Marinha, o Stingray. Essa alteração elimina a necessidade de asas dobráveis, essenciais para a operação em porta-aviões, e permite um aumento de 40% na capacidade de combustível nas asas. Com isso, o MQ-25 LBV se torna mais eficiente em missões prolongadas de reabastecimento, especialmente em regiões de alto risco.
Embora seja um projeto desenvolvido de maneira independente pela Boeing, a empresa trabalha em conjunto com a USAF para garantir que o drone MQ-25 LBV atenda às necessidades específicas de combate e reabastecimento aéreo em espaços contestados. Além disso, o novo modelo é compatível com a análise da USAF sobre o Next-Generation Aerial Refueling System (NGAS), que deve ser concluída ainda este ano. Espera-se que essa análise resulte em uma abordagem integrada, utilizando vários sistemas, incluindo aeronaves-tanque autônomas de menor porte para missões extremas.
John Scudi, diretor interino do programa MQ-25, destacou que o LBV não se limita ao reabastecimento de aeronaves, pode ser adaptado para missões de inteligência, vigilância, reconhecimento (ISR), guerra eletrônica e alerta aéreo antecipado. O novo design permite o uso de um sistema de mangueira e drogue em vez de lança, facilitando o reabastecimento de aeronaves equipadas com sondas receptoras, como os caças da Marinha dos EUA.
Versatilidade e potencial de adaptação da força aérea dos EUA
O LBV, apresentado durante a conferência, foi exibido em uma imagem sendo reabastecido pelos pods de um KC-46, evidenciando sua compatibilidade com diferentes aeronaves. Uma característica importante dessa variante terrestre é sua flexibilidade para reabastecer o CCA, uma aeronave colaborativa desenvolvida para operar em ambientes desafiadores.
O LBV pode ser adaptado para atender a futuras necessidades de combate da força aérea, com possibilidades de inclusão de sistemas adicionais, como armamentos. A principal diferença do LBV em relação à versão original reside nas suas asas alargadas. A Boeing optou por essa modificação após milhares de horas de simulações e modelagens, aumentando a capacidade de combustível, e permitindo o uso de pilones adicionais de 3.000 libras para transporte de equipamentos ou armamentos. A versatilidade do LBV, associada ao seu design robusto, permite maximizar o investimento da Marinha dos EUA no programa MQ-25, destacando o potencial do LBV em missões futuras de reabastecimento e combate em áreas de difícil acesso.
Boeing desenvolve nova versão terrestre do sistema autônomo de reabastecimento aéreo MQ 25 para a Força Aérea dos EUA
O MQ-25 Stingray, projeto inicial da Boeing para a Marinha dos EUA, já está em fase avançada de produção. Atualmente, seis unidades estão sendo fabricadas nas instalações da empresa em St. Louis, Missouri, com cinco delas destinadas ao desenvolvimento e testes aéreos, preparando o terreno para a futura produção em larga escala.