O presidente da Rússia, Vladimir Putin, assinou na última semana um decreto determinando a ampliação do Exército russo em 180 mil soldados.
Essa expansão eleva o número total de militares ativos do país para 1,5 milhão. Esta decisão é parte de uma estratégia para lidar principalmente com as crescentes ameaças internacionais, particularmente envolvendo a OTAN e seus aliados na guerra da Ucrânia.
A expansão do contingente militar russo coloca a Rússia como a segunda maior força armada do mundo. Apenas a China tem um contingente maior, que conta com mais de 2 milhões de soldados ativos, de acordo com dados do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS).
Resposta ao cerco da OTAN
No decreto publicado no site oficial do Kremlin, Putin ordenou que o total de forças armadas da Rússia fosse elevado para 2,38 milhões de pessoas. Destas, pelo menos 1,5 milhão serão militares em serviço ativo. Esta é a terceira vez que o contingente militar se expande desde o início da guerra na Ucrânia.
Segundo analistas do IISS, esse aumento torna a Rússia capaz de ultrapassar, em termos de efetivos militares ativos, potências como os Estados Unidos e a Índia, que possuem, respectivamente, 1,39 milhão e 1,45 milhão de soldados em serviço ativo.
O aumento das tropas acontece em um momento crítico, com a guerra na Ucrânia em curso e as forças russas tentando expandir seu controle no leste do país. A atual linha de frente já se estende por mais de 1.000 km.
Apesar do grande efetivo, as forças russas vêm sofrendo perdas significativas, assim como as tropas ucranianas. Tanto Moscou quanto Kiev mantêm os números exatos de baixas sob sigilo, tornando sobretudo difícil uma avaliação completa da situação.
De acordo com Andrei Kartapolov, presidente do comitê de defesa da Duma, a expansão militar é parte de uma reformulação das Forças Armadas russas. O presidente do comitê declarou que a reformulação é necessária para enfrentar a atual conjuntura internacional. Segundo Kartapolov, falando ao jornal Parlamentskaya Gazeta, “precisamos garantir a segurança no noroeste, já que a Finlândia, com quem fazemos fronteira, se juntou à OTAN”.