Em um ataque considerado devastador, cerca de 100 drones ucranianos de longo alcance atravessaram mais de 500 km de espaço aéreo russo para atingir um grande depósito de munições na cidade de Toropets, na região de Tver, oeste da Rússia.
A ofensiva, ocorrida em 18 de setembro de 2024, resultou em explosões secundárias massivas, gerando uma nuvem de fumaça semelhante à de testes nucleares, o que impressionou tanto o Kremlin quanto a comunidade internacional. A informação foi divulgada pelo Eur Asian Times.
O uso estratégico de drones explosivos pela Ucrânia tem se mostrado um fator crucial em seu esforço de guerra, permitindo atingir alvos importantes em áreas amplamente desprotegidas. Essa ofensiva exemplifica a eficácia das aeronaves não tripuladas em ambientes ricos em alvos, onde a defesa total contra ataques desse tipo se torna impraticável. O sucesso da Ucrânia em ataques profundos contra a Rússia reforça o valor desses drones em operações militares modernas.
Além de depósitos de munições, a Ucrânia já atacou com sucesso bases aéreas, instalações elétricas e depósitos de combustível em ocasiões anteriores, sempre com o uso de drones. O recente ataque ao depósito de Toropets entra para a lista de ofensivas ucranianas bem-sucedidas, demonstrando o poder dessa tecnologia em conflitos modernos.
Por outro lado, a Rússia também tem investido significativamente no uso de drones em suas operações militares. A introdução de drones kamikaze autônomos, como o Lancet, tem ajudado as forças russas a manter posições estratégicas, especialmente após as derrotas sofridas no final de 2022. Esses drones, equipados com tecnologia de reconhecimento de alvos, têm sido fundamentais para o sucesso das operações russas.
Recentemente, a Rússia apresentou o Granat-4, um novo sistema de drones de monitoramento e retransmissão. Desenvolvido pela Kalashnikov, o Granat-4 foi utilizado no conflito na Ucrânia para auxiliar na destruição de alvos, incluindo tanques M1A1 Abrams de fabricação americana. O sistema é composto por drones de vigilância equipados com câmeras ópticas estabilizadas e sistemas de iluminação a laser para designação de alvos.
O Granat-4 também conta com um drone relé que amplia o raio de operação do drone de vigilância, permitindo a retransmissão de dados em tempo real a longas distâncias. Essa nova tecnologia está mudando as táticas de guerra, ao tornar os tanques mais vulneráveis a ataques de precisão guiados por drones.
Embora a produção de drones pela Rússia tenha enfrentado dificuldades devido a sanções internacionais, há relatos de que a Kalashnikov retomou a produção em massa do Granat-4 em 2023, o que pode influenciar ainda mais os desdobramentos do conflito. Mesmo com os desafios impostos por componentes estrangeiros, a indústria russa parece estar encontrando formas de contornar as restrições.