Zelensky foi à ONU nesta quarta-feira, 25, com um recado direto: qualquer negociação de paz que não siga a sua “fórmula” é, na verdade, uma tentativa de fuga.
Sem rodeios, o presidente da Ucrânia disse que o plano que apresentou há dois anos – que prevê a retirada total das tropas russas e a responsabilização por crimes de guerra – é o único caminho para uma “paz real e justa”, e que não tentassem uma outra “saída” para o problema.
“Qualquer tentativa paralela ou alternativa de buscar a paz é, na verdade, um esforço para alcançar uma saída, e não um fim para a guerra”, disse ele.
O discurso veio no momento em que Zelensky enfrenta pressão de aliados ocidentais e até de setores ucranianos para buscar um cessar-fogo. Mas ele reforçou que a única solução aceitável é a vitória ucraniana.
“Não dividam o mundo. Sejam nações unidas”, implorou o líder ucraniano, em uma clara alfinetada nas tentativas de costurar acordos alternativos.
Enquanto isso, Putin, como era de se esperar, não compareceu à Assembleia Geral da ONU, onde presidentes, primeiros-ministros e monarcas discutem os principais conflitos globais. Diplomatas russos de baixo escalão assistiram ao discurso de Zelensky sem dar muita atenção.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, não demorou a responder. Chamou de “erro fatal” e “profundo equívoco, que, é claro, inevitavelmente terá consequências para o regime de Kiev” a fala de Zelensky no Conselho de Segurança, onde o ucraniano defendeu que a Rússia deveria ser “forçada à paz”.
Nos próximos dias, Zelensky vai tentar garantir o apoio dos EUA para seu plano de vitória. A agenda inclui uma reunião com Joe Biden, na qual o presidente ucraniano deve reiterar que não há espaço para concessões.
Com informações de South China Morning Post