A Força Espacial dos Estados Unidos está avançando no desenvolvimento de um dos seus mais caros e estratégicos projetos: o programa de satélites Next-Generation Overhead Persistent Infrared (Next-Gen OPIR), focado em detectar lançamentos de mísseis e fornecer alertas antecipados de possíveis ameaças aos militares norte-americanos e aliados. Esse sistema, orçado em 14 bilhões de dólares, visa substituir o atual SBIRS (Space-Based Infrared System), trazendo melhorias significativas em velocidade e precisão.
O programa Next-Gen OPIR envolve a construção de dois satélites em órbita geossíncrona (GEO) e dois satélites em órbitas polares altamente elípticas. A entrega recente de um dos sensores infravermelhos da Raytheon para o primeiro satélite GEO marcou um importante progresso. A Lockheed Martin, responsável pela construção dos satélites, está adiantada no cronograma, com o primeiro satélite GEO previsto para entrega em 2025.
Segundo Frank Calvelli, principal responsável por aquisições da Força Espacial, o tempo de produção do Next-Gen OPIR foi reduzido em 50% em comparação com o SBIRS. Essa eficiência no desenvolvimento é crucial para enfrentar ameaças crescentes, especialmente de veículos hipersônicos e mísseis balísticos avançados de países como China e Rússia, que têm investido em tecnologias militares inovadoras.
Apesar dos avanços, o Governo dos Estados Unidos expressou preocupações sobre possíveis riscos técnicos e de cronograma, especialmente em relação à produção e integração do hardware, que podem ser afetados por problemas na cadeia de suprimentos e a complexidade da integração de novos sensores.
Enquanto o Next-Gen OPIR se destaca por suas capacidades em grandes altitudes, a Força Espacial também está desenvolvendo satélites de órbitas mais baixas, como os de baixa órbita terrestre (LEO) e órbita média (MEO). Esses satélites menores, produzidos em maior quantidade e com custos reduzidos, complementam a arquitetura do sistema de alerta contra mísseis, proporcionando maior agilidade e resiliência.
A aposta em uma arquitetura de múltiplas camadas, envolvendo satélites em diferentes órbitas, oferece maior capacidade de resposta a ameaças emergentes. Além disso, as novas gerações de satélites estão utilizando inteligência artificial (IA) e aprendizado de máquina para aprimorar a detecção de mísseis, o que aumenta a eficácia em situações de risco.
Com a conclusão do Next-Gen OPIR, a Força Espacial dos EUA espera estar ainda mais preparada para lidar com os desafios de segurança global. Esse projeto reforça a importância dos satélites de grande porte e baixa quantidade, mesmo em um cenário em que a produção de satélites menores e mais baratos tem ganhado destaque.
Dessa forma, o programa de satélites de alerta contra mísseis da Força Espacial não apenas garante uma vigilância constante em órbitas elevadas, como também integra as inovações tecnológicas mais recentes para proteger os interesses dos EUA e de seus aliados ao redor do mundo.