Na tarde de quinta-feira (26/09), a Força Aérea Brasileira (FAB) realizou uma operação de interceptação de uma aeronave Cessna 210 sem matrícula, que invadiu o espaço aéreo brasileiro de maneira clandestina. A ação ocorreu nas proximidades de Humaitá (AM), na fronteira com o Peru, após a aeronave ser identificada pelo radar do Sistema de Defesa Aérea Brasileiro (SISDABRA). Sob coordenação do Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE), caças A-29 Super Tucano foram imediatamente acionados para conter a ameaça. Fonte: Força Aérea Brasileira (FAB).
Com a atuação conjunta da Força Aérea e da Polícia Federal, e utilizando novas tecnologias de monitoramento aéreo, a ação fez parte da Operação Ostium, um esforço de combate às atividades criminosas nas fronteiras do Brasil. A aeronave Cessna 210, que não possuía plano de voo e ignorou as tentativas de contato, foi alvo das Medidas de Policiamento do Espaço Aéreo (MPEA), que incluíram tentativas de Interrogação, Mudança de Rota e Tiro de Aviso (TAV). Mesmo assim, a aeronave continuou desobedecendo as ordens.
Após receber aviso de que seria abatida, a tripulação da aeronave criminosa realizou manobras evasivas em uma tentativa desesperada de evitar a interceptação, resultando em um pouso forçado próximo à cidade de Humaitá. Em solo, os criminosos rapidamente incendiaram o avião na tentativa de apagar rastros e impedir que as autoridades recuperassem qualquer prova ou informação crucial sobre a operação ilegal.
O Major-Brigadeiro do Ar João Campos Ferreira Filho, Chefe do Estado-Maior Conjunto do COMAE, destacou a prontidão e a eficácia da FAB em lidar com situações de invasão do espaço aéreo. “A prontidão da Força Aérea Brasileira é permanente e a nossa habilidade de receber e interpretar dados, assim como de coordenar com as agências do Governo, é crescente”, afirmou o Major-Brigadeiro, evidenciando a capacidade da FAB em agir rapidamente e com precisão em operações como essa.
Essa interceptação faz parte da Operação Ostium, uma iniciativa maior dentro do Programa de Proteção Integrada de Fronteiras (PPIF), que tem como objetivo sufocar atividades criminosas nas áreas fronteiriças do Brasil. A operação ocorre em parceria com a Força Aérea Brasileira e diversos Órgãos de Segurança Pública (OSP), com base no Decreto nº 5.144, de 16 de julho de 2004. O foco principal é a defesa das fronteiras aéreas contra o tráfico de drogas e armas, além de outros crimes transnacionais.
As operações do SISDABRA, que monitora de forma contínua o espaço aéreo brasileiro, têm sido cada vez mais eficazes na identificação e combate a aeronaves que operam de forma irregular ou criminosa. Isso, aliado à utilização de novas tecnologias de monitoramento e à cooperação entre as forças de segurança, tem gerado resultados significativos no combate ao crime nas regiões de fronteira.
Embora os criminosos tenham fugido após incendiarem a aeronave, investigações já estão em andamento para identificar a origem do voo e a rede criminosa envolvida. As autoridades acreditam que a aeronave possa estar ligada ao tráfico de drogas, atividade comum em rotas clandestinas na região amazônica. A operação permanece em andamento, com as forças de segurança em alerta máximo para possíveis novas tentativas de incursão no espaço aéreo brasileiro.
Imagens: Reprodução FAB