Israel intensificou seus ataques contra alvos do Hezbollah no sul de Beirute, Líbano, enquanto suas tropas cercam militantes do Hamas na Faixa de Gaza, provocando um aumento significativo nas tensões regionais. Durante a madrugada, explosões sucessivas devastaram prédios e estruturas na região de Dahiye, reduto do Hezbollah na capital libanesa. Vídeos gravados por moradores mostraram bolas de fogo iluminando o céu e sons de explosões ecoando pela cidade.
O cenário em Gaza não é menos caótico. Forças terrestres israelenses, apoiadas por artilharia e ataques aéreos, avançam sobre posições do Hamas no norte da Faixa, cercando milhares de militantes que se escondem entre civis deslocados. A operação ocorre após um alerta do ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, de que o país não hesitará em agir contra aqueles que o ameaçam. “Quem pensar que pode nos dissuadir com simples tentativas de nos prejudicar, deve olhar para Gaza e Beirute”, afirmou Gallant.
Enquanto isso, o Irã suspendeu todos os voos de e para o país em um movimento visto como uma preparação para possíveis ações militares. O comandante da Marinha dos Guardiões da Revolução Iraniana, Alireza Tangsiri, emitiu um forte aviso a Israel, afirmando que “o plano para responder a uma ação sionista já está completamente preparado”. A retórica iraniana intensificou-se, com Teerã alegando que está pronto para retaliar qualquer ação israelense.
Nos Estados Unidos, a vice-presidente Kamala Harris declarou, em entrevista, que é “nosso dever permitir que Israel se defenda contra ameaças como Hamas, Hezbollah e Irã”. A declaração reforça o apoio incondicional de Washington a Tel Aviv, enquanto o secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, se prepara para se encontrar com Yoav Gallant na quarta-feira. Esse encontro levou analistas a especularem que uma possível ação militar israelense contra o Irã poderia ocorrer antes desse encontro ou ser adiada, dada a complexidade das operações.
No Líbano, as forças de paz da ONU, UNIFIL, alertaram que a situação perto de suas bases no sul do país está “extremamente perigosa”, com ataques israelenses próximos a suas posições. A UNIFIL afirmou que recebeu informações de Israel sobre uma incursão militar limitada em território libanês, mas não houve movimentação de suas tropas, segundo o porta-voz da missão.
A situação na Faixa de Gaza também é crítica, com pelo menos 17 civis mortos na última rodada de ataques israelenses na área de Jabalyia, incluindo nove crianças, conforme relatado pela defesa civil palestina. Entre os alvos dos bombardeios israelenses estavam uma mesquita e uma antiga escola, áreas previamente alertadas para evacuação.
O exército israelense, por sua vez, declarou que suas operações continuarão “enquanto for necessário”, com o chefe de estado-maior Herzi Halevi afirmando que a ala militar do Hamas foi derrotada. Halevi destacou que Israel está engajado em uma “guerra longa” pela sobrevivência e liberdade do povo israelense, reforçando a determinação do país em continuar a ofensiva.
No cenário diplomático, o primeiro-ministro israelense, Benyamin Netanyahu, conversou com o presidente francês, Emmanuel Macron, após uma troca de farpas públicas. Macron reafirmou o apoio à segurança de Israel, mas insistiu na necessidade de um cessar-fogo em Gaza e no Líbano, algo que Netanyahu tem relutado em aceitar até o momento.
Com a escalada contínua de confrontos e ameaças de retaliação iraniana, a região se encontra em um ponto de inflexão, com o risco de uma guerra mais ampla envolvendo potências regionais e internacionais se tornando cada vez mais iminente.
Com informações de: Ansa.it