As forças ucranianas recentemente capturaram o sistema de guerra eletrônica antidrones Volnorez, de fabricação russa, na região russa de Kursk. A descoberta, realizada durante uma operação do exército ucraniano, foi divulgada em um vídeo publicado no Facebook por Yuriy Butusov, que mostrava o sistema em sua embalagem original de fábrica, acompanhado de um folheto técnico explicativo
O inibidor de UAS Volnorez (Breakwater), que foi inicialmente apresentado na Expo do Exército Russo em 2023, agora participa ativamente do conflito na Ucrânia. Publicações nas redes sociais de meados de setembro revelam que este avançado sistema de guerra eletrônica foi instalado nos principais tanques de batalha russos T-80BVM que operam em solo ucraniano. exército
Esse desdobramento representa uma escalada considerável na estratégia da Rússia para proteger suas unidades blindadas da crescente ameaça representada pelos drones ucranianos, especialmente os ataques no estilo kamikaze. Ao equipar as unidades da linha de frente com o Volnorez, a Rússia demonstra um firme compromisso com a incorporação de tecnologia avançada de guerra eletrônica para melhorar a capacidade de sobrevivência no conflito.
A resposta do exército russo frente às ameaças de drones ucranianos
Operando dentro das faixas de frequência de 390-510 MHz e 750-1050 MHz, o sistema interrompe os drones FPV cortando seus links de controle, fazendo com que caiam. Esta abordagem é especialmente eficaz contra drones improvisados, embora mostre limitações quando enfrenta modelos mais avançados.
O Volnorez mostra o que há de mais moderno na tecnologia antidrones russa, projetada especificamente para neutralizar ameaças de UAV. É considerado um dos sistemas mais avançados e secretos do arsenal de defesa russo. Seu recente uso em tanques russos na Ucrânia sublinha sua importância estratégica na guerra moderna, já que a Rússia tenta neutralizar a crescente eficácia dos drones ucranianos.
Esta tecnologia avançada antidrones foi concebida para proteger os veículos militares, em particular os tanques, contra os drones kamikaze FPV (visão em primeira pessoa). O sistema emite interferências de radiofrequência para interromper os sinais de controle entre um drone e seu operador. Quando um drone FPV se aproxima de um veículo equipado com o Volnorez, ele perde a conexão e é forçado a pousar ou a planar até que a bateria acabe, neutralizando a ameaça e mantendo o veículo ileso.
Pesando apenas 13 kg, o sistema Volnorez é compacto e fácil de instalar em várias plataformas militares. Ele opera em uma ampla gama de frequências e oferece uma potência de saída de 30 watts, o que lhe permite funcionar em temperaturas extremas de -40 a +60°C. A instalação do sistema é simples e requer apenas 10 minutos com suportes magnéticos, eliminando a necessidade de modificações estruturais no veículo.
“O sistema Volnorez foi instalado em tanques russos, como o T-80BVM, que também são equipados com grades antidrones, formando uma configuração altamente eficaz para a guerra moderna, onde as ameaças de drones são cada vez mais comuns. Além de sua aplicação em tanques, o Volnorez foi projetado para uso em veículos terrestres não tripulados (UGV), que desempenham missões como a evacuação de feridos, protegendo esses ativos essenciais enquanto operam em áreas de alto risco.”
Sua capacidade de interferir nas frequências geralmente usadas pelos drones FPV faz do Volnorez uma ferramenta versátil e essencial na guerra eletrônica, especialmente no atual conflito da Ucrânia.
Limitações do Volnorez contra drones avançados
Em nível global, as forças armadas estão avançando rapidamente nos sistemas de interferência anti-UAS para enfrentar o aumento dos drones no campo de batalha, mas o Volnorez da Rússia se destaca como um desenvolvimento significativo na tecnologia antidrones. Sua confidencialidade e integração nas operações militares russas ressaltam seu valor estratégico na guerra eletrônica e na mais ampla corrida armamentista tecnológica.
Nos Estados Unidos, sistemas como o DroneDefender e o Dronebuster interrompem os sinais de controle de drones hostis, enquanto, no Reino Unido, o AUDS (Anti-UAV Defense System) desativa drones inimigos com interferências direcionadas. A França desenvolveu sistemas semelhantes, como Boreades do CS Group e o Raytheon C-UAS, para proteger infraestruturas críticas e tropas de ameaças de UAV. Esses avanços destacam o papel essencial das tecnologias antidrones no combate moderno.
No entanto, o Volnorez tem limitações contra drones civis avançados. Enquanto os drones FPV caem imediatamente quando o sinal é interrompido, drones mais sofisticados, como o Mavic 3, podem se estabilizar ou retornar à base graças a ferramentas de navegação integradas como GPS e giroscópios. Essas capacidades lhes permitem manter uma autonomia parcial, o que reduz a eficácia do Volnorez em cenários que envolvem esse tipo de drone.
Essa limitação expõe uma vulnerabilidade mais ampla nos sistemas de guerra eletrônica, que se concentram principalmente nos links de comunicação por rádio, mas são menos eficazes contra drones equipados com sistemas de navegação autônoma. Drones capazes de manter a estabilidade de voo sem sinais de controle direto são, portanto, menos suscetíveis, o que diminui o impacto de sistemas como o Volnorez contra ameaças aéreas avançadas.
A descoberta do sistema Volnorez pelas forças ucranianas pode ter importantes implicações para ambas as partes. Para a Rússia, representa uma brecha de segurança, ao revelar uma de suas ferramentas antidrones mais avançadas e classificadas. Para a Ucrânia, abre a possibilidade de estudar as capacidades do Volnorez para desenvolver contramedidas eficazes ou potencialmente reutilizar a tecnologia, o que pode mudar o equilíbrio tecnológico no conflito e influenciar as estratégias futuras.