A Marinha realizou, de 7 a 11 de outubro, a operação Minex no litoral de Salvador (BA). Os principais objetivos dessa operação foram realizar exercício militar com caça-minas e varreduras mecânicas, a fim de aprimorar o adestramento das unidades participantes e apoiar os testes operacionais de Sistemas Marítimos Não Tripulados em desenvolvimento na Força Naval.
Um deles é o VSNT (Veículo de Superfície Não Tripulado). Operando a partir da Corveta Caboclo e de terra, o veículo realizou busca e localização de minas e simulacros com um sonar sidescan da Base de Hidrografia da Marinha em Niterói.
Os dados iniciais foram transmitidos à equipe do Instituto de Pesquisa da Marinha, responsável pela operação do LAUV (Veículo Submarino Autônomo), que identificou os objetos encontrados pelo VSNT, confirmando sua classificação.
O LAUV foi adquirido como parte do Projeto do Veículo Submarino Autônomo, do Instituto de Pesquisa da Marinha, que tem o objetivo de desenvolver veículos autônomos em apoio às operações de Contramedidas de Minagem
Segundo o Capitão de Corveta e Engenheiro Naval Emerson Coelho Mendonça, uma vez lançado, o LAUV opera um plano de missão pré-programado (derrota, profundidade, velocidade e pontos de interesse), pois utiliza sistemas de navegação (GPS e inercial) para ajustar sua posição enquanto submerso.
No exercício militar, o LAUV foi programado para se deslocar até tais coordenadas e, utilizando seu sonar e câmera, pôde mapear e confirmar a existência de minas submersas. Esses dados são relevantes para neutralização das minas.
“O emprego desse veículo representa um marco no desenvolvimento de capacidades autônomas de defesa submarina para a Marinha. Além de ser a primeira vez que o veículo foi utilizado no País nesse tipo de missão. O sucesso do exercício Minex-24 demonstra o potencial de operações futuras com sistemas marítimos não tripulados em missões de alta complexidade”.
A Minex também foi uma oportunidade para o Centro de Análises de Sistemas Navais apresentar o Console de Imagens Táticas em Realidade Aumentada.
Para a sua utilização, foram instaladas câmeras de alta resolução cedidas pela empresa Intelbras em pontos da área marítima e no VSNT, no entorno do 2º Distrito Naval. A integração mostra capacidade de monitorar espaços marítimos de interesse, aumentando a consciência situacional marítima e agilizando a tomada de decisão.
No geral, os exercícios realizados foram o lançamento real de minas marítimas sem cargas explosivas, operações de mergulho e desativação de minas navais, refutação de minas, operações de minagem, varredura mecânica e imageamento da área de operação.
Segundo o Contra-Almirante e Engenheiro Naval Alexandre de Vasconcelos Siciliano, a capacidade de testar e operar 2 sistemas não tripulados, um de superfície e o outro submarino, próximo do cenário operativo real demonstra que os projetos avançam de forma satisfatória.
Além da Corveta Caboclo, também participaram os Navios-Varredores Atalaia e Araçatuba, o Navio Hidrográfico Balizador Tenente Boanerges, o Aviso de Patrulha Dourado e lanchas da Capitania dos Portos da Bahia.