O Brasil descobre um tesouro escondido: o “ouro azul”. Esse recurso valiosíssimo, também conhecido como cobalto, está no centro da corrida global por novas tecnologias e energias limpas. Com um estoque quase infinito, o país atrai os olhos de investidores internacionais, que enxergam nas suas minas de cobalto a chave para o futuro da indústria tecnológica e da mobilidade elétrica.
Mas o que faz do Brasil um novo protagonista nesse mercado bilionário? Prepare-se para entender como o “ouro azul” pode transformar o Brasil em um gigante da mineração e do desenvolvimento tecnológico.
Brasil revela estoque colossal de ‘Ouro Azul’ e atrai investidores globais
Nos últimos anos, o cobalto tem desempenhado um papel crucial em várias indústrias, desde baterias de lítio até componentes de energia limpa. Ele é um recurso indispensável para o futuro, especialmente em tecnologias como veículos elétricos e produção de energia renovável. Além disso, o cobalto é amplamente utilizado em ferramentas industriais, aço rápido, airbags, ímãs, tintas e até em aplicações militares. Suas variadas aplicações tornam o cobalto fundamental para a economia global, impulsionando a busca por novas reservas.
Essa demanda crescente pelo “ouro azul” está diretamente ligada ao aumento do consumo de tecnologias sustentáveis. Em 2017, a demanda global de cobalto era de 71 mil toneladas, e, segundo previsões, esse número deve saltar para 222 mil toneladas até 2025. O crescimento do setor de veículos elétricos tem sido um fator crucial para essa expansão. Em 2022, a demanda por cobalto para veículos elétricos cresceu 60%, tornando o metal cada vez mais valioso. Com isso, países como o Brasil estão sendo cada vez mais procurados por investidores que visam explorar as minas de cobalto.
Mineração de cobalto surge como uma a ‘luz no fim do túnel’ para garantir o abastecimento global
No entanto, a mineração de cobalto enfrenta desafios ambientais e sociais. A poluição gerada, além de práticas de trabalho análogas à escravidão e exploração infantil, afetam a imagem desse recurso. Mas, o que mais preocupa é o fato de que, mesmo com a crescente demanda, o cobalto é um recurso finito. A transição para um mundo mais sustentável pode, paradoxalmente, enfrentar dificuldades devido à escassez de minerais como o cobalto.
Diante desses problemas, o Brasil surge como uma alternativa promissora para garantir o abastecimento global de cobalto. O país possui vastas reservas de cobalto, que, se exploradas de maneira responsável, podem ajudar a suprir a demanda crescente. Diversas empresas internacionais já demonstraram interesse em investir na mineração brasileira, o que pode colocar o Brasil em destaque no cenário mundial de mineração de cobalto.
Estados Unidos de olho na extração do ouro azul nas minas brasileiras
Em 2023, o subsecretário de Estado para Crescimento Econômico, Energia e Meio Ambiente dos EUA, José Fernandez, anunciou que os Estados Unidos têm planos de investir na extração de cobalto no Brasil. Segundo Fernandez, é fundamental expandir a produção em países democráticos, já que 80% da mineração de cobalto ocorre em autocracias, como a China. Os EUA buscam diminuir a dependência dessas regiões e fortalecer sua indústria por meio de investimentos em nações como o Brasil.
A China, por sua vez, também tem presença no Brasil, com grandes fabricantes de veículos elétricos já instaladas, como a BYD e a Great Wall Motors. A TechMet, empresa brasileira no interior do Piauí, recebeu 25 milhões de dólares da agência governamental americana Development Finance Corporation para expandir a mineração de cobalto e níquel. Esses investimentos mostram o quanto o Brasil está se tornando central na corrida pelo ouro azul.
País em ascensão como potência no fornecimento de cobalto e níquel, atrai investimentos bilionários
Com o Brasil em ascensão como potência no fornecimento de cobalto, empresas internacionais, como a britânica Brazilian Nickel, já planejam grandes projetos de mineração no país. Em 2023, a empresa anunciou um investimento de 6 bilhões de dólares no Piauí para ampliar sua produção de níquel e cobalto. O objetivo é produzir 25 mil toneladas de níquel e 800 toneladas de cobalto por ano até 2027, uma quantidade significativa que ajudará a suprir parte da demanda global.
Outra empresa, a australiana Jervois Global, também está de olho no Brasil e planeja reabrir uma refinaria de cobalto em São Paulo. A meta inicial é produzir 10 mil toneladas métricas de níquel e 2 mil de cobalto por ano. Esses novos empreendimentos ressaltam o potencial do Brasil para se destacar no mercado global de mineração de cobalto e consolidar sua posição como uma fonte alternativa de fornecimento.
Corrida pelo ouro azul: vastas reservas e investimentos internacionais
Assim, o Brasil tem a oportunidade de se posicionar como um player crucial na corrida pelo ouro azul. Com grandes reservas, investimentos internacionais e foco no desenvolvimento de novas tecnologias, o país pode ser uma peça-chave na transição para uma economia de baixo carbono e um futuro sustentável. Contudo, é essencial garantir que essa exploração ocorra de maneira sustentável, respeitando o meio ambiente e os direitos trabalhistas.