Viajando a bordo do avião da FAB (Força Aérea Brasileira) KC-30, a jornalista da Folha de São Paulo, Patrícia Campos Mello, reportou como é a maior operação de repatriação da história do país.
Segundo o governo federal divulgou no último dia 14 de outubro, já foram ao menos 5 voos para repatriar brasileiros e familiares da zona de conflito do Líbano.
No voo feito pela jornalista, o KC-30 perdeu o GPS assim que atingiu 26 mil pés. O sinal é bloqueado pelo Exército de Israel para barrar possíveis mísseis teleguiados do Hezbollah.
Preparando-se pra pousar em um aeroporto onde há frequentes bombardeios nas proximidades, o capitão Lucas Braga e o piloto, Major Willian Matos, voam apenas seguindo instruções da torre de controle e desligam as luzes para camuflar a aeronave.
Além disso, há bastante combustível extra no voo, para caso seja necessário desviar de rota e pousar em outro país, como Turquia e Itália.
“Precisamos ter atenção redobrada para detectar uma situação de insegurança, como mísseis ou bombas. É preciso pensar em como mitigar, em decolar e sair pelo mar o mais rápido possível, caso necessário”, diz Matos
Dahiyeh, subúrbio ao sul da capital libanesa que fica apenas 2 km do aeroporto de Beirute, é o bastião do Hezbollah, que vem sendo bombardeado sistematicamente por Israel.
Cerca de 1.600 pessoas já morreram em solo libanês devido à guerra somente nas últimas 3 semanas. Entre elas, 2 adolescentes brasileiros.
De acordo com o governo federal, já foram resgatados 1.105 passageiros e 14 pets, sendo 10 gatos e 4 cachorros desde o início da operação batizada de Raízes do Cedro, em 2 de outubro.
Ainda de acordo com o governo, já foram disponibilizados até agora 40 toneladas de medicamentos, cestas de alimentos, envelopes para reidratação, seringas e agulhas descartáveis doados pela comunidade libanesa no Brasil e por instituições de suporte.