Em uma declaração surpreendente, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, confirmou que a Coreia do Norte enviou 10.000 soldados para reforçar o exército da Rússia na guerra contra a Ucrânia. Segundo ele, o número inclui tanto militares quanto pessoal técnico. A notícia, divulgada durante uma conferência de imprensa após a apresentação do “plano da vitória” aos líderes europeus, gerou preocupações globais. Zelensky destacou que essa movimentação pode ser o primeiro passo para uma guerra mundial, comparando a situação com o apoio do Irã, que tem enviado drones e mísseis, mas não tropas.
Além de trazer essa revelação alarmante, Zelensky usou a conferência para reiterar o apoio que recebeu de muitos líderes da União Europeia ao seu plano para a vitória. O presidente ucraniano destacou que, embora a maioria dos chefes de Estado tenha demonstrado apoio ao plano, ele reconhece que ainda há um longo caminho pela frente. Uma das cláusulas do plano solicita o uso de armas de longo alcance, e Zelensky afirma ter recebido sinais positivos sobre essa possibilidade durante as conversas com seus colegas europeus.
Apoio ao plano da vitória e os desafios com armas de longo alcance
Zelensky ressaltou que, para a Ucrânia alcançar a vitória, é fundamental que a Europa forneça as ferramentas necessárias, especialmente no que diz respeito às armas de longo alcance. Ele reconhece, no entanto, que conseguir a unanimidade entre os países da União Europeia não será fácil. “Alguns países querem garantir uma decisão conjunta, o que torna o processo mais complexo e pouco transparente”, explicou. O presidente também comentou que cumprimentou o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, um gesto que considerou positivo diante das tensões diplomáticas.
O “plano da vitória”, apresentado com cinco pontos essenciais, visa garantir a segurança da Ucrânia e sua capacidade de vencer a guerra. Sem o cumprimento dessas reivindicações, Zelensky alerta que será muito difícil para o país resistir à pressão da Rússia. Ele argumenta que a fraqueza da Ucrânia só fortaleceria o regime russo, aumentando as ameaças para toda a Europa, especialmente para regiões como os países bálticos, a Polônia e os Balcãs, que estariam “na mira da Rússia”.
Zelensky acredita que o plano pode encerrar a guerra em 2025
Na mesma intervenção, Zelensky apresentou um cronograma otimista para o fim do conflito. Segundo ele, a implementação do plano da vitória pode fazer com que a guerra na Ucrânia termine já no próximo ano. Ele fez um apelo aos líderes da União Europeia para que ajudem a tornar esse plano uma realidade, afirmando que este momento é crucial para que o plano seja colocado em prática e atinja seus objetivos. De acordo com Zelensky, essa é uma ponte para a paz e uma oportunidade para construir um processo de paz duradouro.
Diante dos 27 chefes de Estado e de Governo da UE, além dos principais líderes das instituições europeias, como Charles Michel, Ursula von der Leyen e Roberta Metsola, Zelensky reforçou a importância da cooperação europeia. Ele acredita que o apoio da Europa é vital não só para a segurança da Ucrânia, mas também para a proteção de outras nações da região, que podem ser os próximos alvos de agressões russas.
Implicações globais do envio de tropas norte-coreanas
A presença de tropas da Coreia do Norte no conflito, segundo Zelensky, traz uma nova dimensão ao cenário da guerra. Enquanto países como o Irã têm fornecido suporte logístico, como drones e mísseis, a entrada de tropas diretamente envolvidas, ainda que fora da linha de frente, representa uma escalada sem precedentes. Para Zelensky, este movimento é um alerta global, e ele acredita que a comunidade internacional precisa reconhecer os riscos crescentes dessa aliança entre a Rússia e a Coreia do Norte.
A concretização do plano da vitória, conforme advertiu Zelensky, é crucial não apenas para a Ucrânia, mas para salvaguardar a Europa como um todo. “Sem essa segurança, será muito difícil garantir a estabilidade no continente europeu”, concluiu.