O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, apresentou recentemente um audacioso plano de vitória para reverter os impactos da invasão russa, que começou em fevereiro de 2022. Desde o início do conflito, o país tem contado com o apoio militar e financeiro de diversas nações ocidentais, como os Estados Unidos, Reino Unido e União Europeia. Agora, com o desgaste prolongado da guerra, Zelensky busca consolidar o apoio internacional e traçar uma estratégia de longo prazo baseada em cinco pilares essenciais para garantir a soberania ucraniana.
O primeiro pilar do plano de Zelensky, e também o mais controverso, é a adesão da Ucrânia à Otan. Desde a anexação da Crimeia pela Rússia, em 2014, o país tenta se aproximar do Ocidente, mas o ingresso na Otan é um tema sensível para Moscou, que vê a expansão da aliança como uma ameaça à sua segurança. Para a Ucrânia, porém, a adesão é vista como uma garantia fundamental de proteção no longo prazo, mas a decisão depende do consenso dentro da Otan, que inclui países temerosos de uma escalada militar direta com a Rússia.
O segundo pilar do plano envolve o fortalecimento das defesas ucranianas, incluindo o uso de armas de longo alcance fornecidas pelos aliados ocidentais. Essa estratégia visa tanto uma postura defensiva quanto ofensiva, pressionando a Rússia a se retirar de territórios ocupados e dissuadir futuras ofensivas. No entanto, as ações ofensivas em território russo representam um risco significativo de intensificação do conflito, podendo envolver outros países na guerra.
Zelensky também propõe um terceiro pilar centrado em uma dissuasão estratégica não nuclear, buscando evitar um confronto nuclear direto, mas mantendo uma capacidade militar robusta. Para isso, ele destaca a necessidade de sistemas avançados de defesa, possivelmente fornecidos pelo Ocidente, para garantir que a Rússia pague um alto preço por qualquer ataque contra a Ucrânia.
No campo econômico, o quarto pilar do plano de Zelensky sugere uma cooperação estratégica com os Estados Unidos e a União Europeia para a exploração de recursos naturais da Ucrânia, como minerais essenciais para indústrias de alta tecnologia. Além de apoiar a reconstrução do país, essa parceria seria uma oportunidade de investimento para o Ocidente, oferecendo retorno econômico e justificando o apoio contínuo.
Por fim, o quinto pilar propõe uma reconfiguração das forças militares europeias no período pós-guerra. Zelensky sugere substituir algumas tropas americanas na Europa por soldados ucranianos, reforçando a integração da Ucrânia à estrutura de defesa ocidental. Embora essa proposta possa aliviar o fardo financeiro dos Estados Unidos, ela também levanta questões sobre a autonomia militar da Ucrânia e suas implicações a longo prazo.
O plano de Zelensky já foi apresentado a líderes ocidentais, incluindo o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que prometeu um novo pacote de ajuda militar no valor de 425 milhões de dólares. No entanto, o futuro desse apoio é incerto, especialmente com as eleições americanas se aproximando e a possibilidade de uma mudança drástica na política externa dos EUA, dependendo do vencedor.
A reação russa ao plano foi previsivelmente negativa, com o Kremlin descartando as propostas de Zelensky como irreais. Para a Rússia, qualquer plano de paz que não inclua concessões territoriais por parte da Ucrânia está fadado ao fracasso. A aceitação ou rejeição desse plano nos próximos meses será crucial para o desenrolar do conflito e para o futuro equilíbrio de poder na Europa.
Com informações de: Hoje no mundo militar