Dois navios militares, um dos EUA e outro do Canadá, realizaram uma travessia estratégica pelo Estreito de Taiwan no domingo, 20 de outubro de 2024. Essa passagem acontece apenas uma semana após a China ter conduzido exercícios militares significativos na mesma região, intensificando o clima de tensão. Segundo comunicado da 7ª Frota da Marinha dos EUA, o destróier de mísseis guiados USS Higgins, da classe Arleigh Burke, e a fragata canadense HMCS Vancouver, da classe Halifax, realizaram a operação de maneira rotineira, sublinhando o compromisso com a liberdade de navegação na área.
Este movimento representa mais uma demonstração de força por parte dos EUA e seus aliados, reiterando a defesa de Taiwan frente às crescentes ameaças chinesas. De acordo com o comunicado, a travessia dos navios militares norte-americanos e canadenses reforça o compromisso com a defesa do princípio da liberdade de navegação, um direito essencial para todos os países que operam no Estreito de Taiwan. A travessia ocorreu logo após uma série de ações militares chinesas que aumentaram as tensões na região.
China acusa EUA e Canadá de ameaçar estabilidade no estreito de Taiwan
China respondeu veementemente à travessia dos navios militares, acusando os EUA e o Canadá de ameaçarem a paz e a estabilidade no estreito. O governo chinês considera Taiwan uma província separatista e não descarta o uso de força militar para reunificar a ilha ao território continental. A ação de enviar aviões e navios de guerra para cercar Taiwan em 14 de outubro foi classificada pelo Ministério da Defesa chinês como um aviso, uma demonstração de poder militar destinada a dissuadir Taiwan e seus aliados internacionais de qualquer movimento que desafie a soberania chinesa.
Com essas manobras, Pequim busca reafirmar sua posição de que qualquer ação envolvendo Taiwan será vista como uma afronta à sua integridade territorial. A escalada militar na região torna ainda mais delicada a relação entre a China e as nações ocidentais, especialmente os Estados Unidos, que continuam a apoiar Taiwan e sua autonomia, mesmo diante da crescente pressão diplomática e militar de Pequim.
Taiwan reafirma sua autonomia enquanto EUA e Canadá demonstram apoio militar
Em resposta às ações militares recentes da China, Lai Ching-te, presidente de Taiwan, reiterou o compromisso de seu governo em “proteger o sistema constitucional democrático e livre, salvaguardando a segurança nacional”. O governo taiwanês permanece firme em sua posição de autonomia, apesar das crescentes ameaças de Pequim. Para Taiwan, a presença militar de aliados como os EUA e o Canadá é um sinal claro de apoio à sua soberania.
Os EUA condenaram de forma categórica as ações militares chinesas, reafirmando seu compromisso com a segurança de Taiwan. Em um momento em que o equilíbrio de poder na região do Indo-Pacífico se mostra cada vez mais frágil, o apoio contínuo dos EUA e de seus aliados à ilha é uma peça-chave na geopolítica da região.
Tensão no estreito de Taiwan e seus impactos na estabilidade global
Com a contínua demonstração de força tanto por parte da China quanto pelos países aliados a Taiwan, a situação no estreito se torna cada vez mais tensa. O futuro dessa região estratégica pode ser decisivo para a estabilidade global, à medida que mais países observam de perto os desdobramentos dessa disputa de poder.
Essas operações militares no Estreito de Taiwan simbolizam um novo capítulo na tensão entre as grandes potências globais, e qualquer movimento mal calculado pode provocar consequências de longo alcance para a paz e segurança internacionais.