A maior fabricante de drones da China, a empresa DJI, está em guerra jurídica com o Departamento de Defesa dos Estados Unidos. A empresa, que domina o mercado global de drones civis, acusa o Pentágono de injustamente incluí-la na “Companhias Militares Chinesas”, uma lista negra de empresas que supostamente trabalham para o exército chinês. A informação é de South China Morning Post.
Acusação de vínculo com o exército chinês
A DJI, conhecida por dominar o mercado de drones civis, com 50% das vendas nos EUA, foi colocada na lista negra pelo DOD em 2022. A justificativa do Pentágono é de que a empresa estaria envolvida na “fusão militar-civil” da China, estratégia que apoia o Exército de Libertação Popular.
A empresa, no entanto, nega qualquer vínculo com os militares chineses. “A DJI fabrica drones de uso comercial e de consumo, não militares”, afirmou a companhia. Segundo o processo, a inclusão na lista é uma “decisão ilegal e equivocada”.
Prejuízos milionários e contratos cancelados
Desde a inclusão na lista negra, a DJI afirma que perdeu diversos contratos nos EUA e internacionalmente. “Fomos estigmatizados como uma ameaça à segurança nacional”, declarou a empresa no processo. Contratos foram cancelados, e clientes se recusam a firmar novos acordos.
Além disso, a DJI foi proibida de negociar com agências do governo americano, afetando diretamente seus negócios no país. A fabricante ressalta que tentou resolver a situação durante mais de 16 meses de contato com o Pentágono, mas, sem sucesso, decidiu recorrer à Justiça.
Mais restrições à vista
No mês passado, a Câmara dos Representantes dos EUA aprovou a proibição de novos drones da DJI no país. A medida aguarda confirmação no Senado.
A empresa também enfrenta sanções do Tesouro americano, acusada de colaborar com a vigilância em Xinjiang, e há rumores de que drones DJI teriam sido usados na guerra entre Rússia e Ucrânia, o que a empresa também nega.
O caso é mais um exemplo da crescente tensão entre EUA e empresas de tecnologia chinesas.