A Marinha Argentina sofreu um novo enfraquecimento de sua frota com a desativação da corveta ARA Granville, última unidade da Classe A-69 em serviço. A cerimônia, realizada na Base Naval de Mar del Plata em 31 de agosto, marcou o fim de uma era de quase 40 anos de serviço para a força naval argentina. O evento deixa a Marinha ainda mais vulnerável em um cenário de crise financeira e desmantelamento naval, que nos últimos anos tem sofrido com a perda de equipamentos e efetivo.
Adquirida na década de 1980, a Granville tinha 1.170 toneladas e 80 metros de comprimento, equipada com tecnologia avançada para a época. A corveta possuía radar de busca aérea e de superfície, sistema de controle de fogo e sonar Tales, além de um armamento respeitável: quatro mísseis antinavio Exocet MM-38, canhões Bofors de 40 mm, metralhadoras Orlon, dois tubos de torpedos e um canhão principal de 100 mm. Esses sistemas garantiram sua relevância em diversas operações, incluindo a Guerra das Malvinas, em 1982.
Entretanto, a realidade atual é preocupante. O acidente do submarino ARA San Juan em 2017 e a desativação de outras embarcações, como o contratorpedeiro ARA Hércules, têm reduzido significativamente a capacidade operacional da Marinha. Com a Granville fora de serviço, a força naval argentina não apenas perde um importante componente de patrulhamento marítimo, mas também um símbolo de sua história e capacidade de defesa.
Agora, a Marinha se volta para os novos navios de patrulha da classe Gowind, mas sem substitutos à altura para os sistemas de defesa da A-69, o futuro da frota argentina se torna ainda mais incerto. Em meio a uma crise prolongada, a falta de investimentos e atenção às Forças Armadas coloca em risco a segurança nacional do país.
Com informações de Zona Militar e Gigantes dos Mares