O Exército dos Estados Unidos está prestes a entrar em uma nova era tecnológica com a introdução de um sistema inovador no helicóptero UH-60M Black Hawk. A modernização inclui a instalação de um “cérebro robótico”, que permite ao Black Hawk voar de forma autônoma, sem a necessidade de pilotos a bordo. Essa transformação, liderada pela Sikorsky, uma subsidiária da Lockheed Martin, é impulsionada por um financiamento de US$ 6 milhões da Defense Advanced Research Projects Agency (DARPA). O sistema em questão, conhecido como ALIAS/MATRIX, é uma das tecnologias mais avançadas para autonomia de voo.
O Black Hawk atualizado, chamado de MX, será usado como uma plataforma de testes pelo Comando de Desenvolvimento de Capacidades de Combate do Exército dos EUA (DEVCOM). A intenção é explorar vários níveis de autonomia, permitindo que a aeronave opere com um único piloto ou, em situações mais avançadas, de maneira completamente autônoma. Esse desenvolvimento tem implicações diretas no campo de batalha, onde a necessidade de rapidez, precisão e segurança é vital.
Redução na carga de trabalho dos pilotos e segurança em voo com integração da autonomia dos helicópteros
Rich Benton, vice-presidente e gerente geral da Sikorsky, enfatizou o impacto desse novo sistema: “A integração da autonomia reduzirá a carga de trabalho dos pilotos e melhorará significativamente a segurança em voo. Além disso, dará aos comandantes a flexibilidade necessária para realizar missões complexas em condições adversas, tanto durante o dia quanto à noite, e em qualquer clima”. Com essa visão, a Sikorsky está comprometida em modernizar a frota de Black Hawks para garantir que esses helicópteros continuem operacionais até a década de 2070.
Testes e avaliações para a nova geração de helicópteros autônomos do Exército dos EUA com integração completa prevista para 2025
O sistema de autonomia MATRIX é a peça central desta inovação, sustentando o programa ALIAS da DARPA. A Sikorsky já contribuiu com hardware e suporte de engenharia para adaptar o MX, incluindo a instalação de controles de voo fly-by-wire, semelhantes aos do helicóptero Black Hawk opcionalmente pilotado. Com a integração completa prevista para 2025, o DEVCOM conduzirá uma avaliação rigorosa das capacidades do sistema, incluindo testes de sensores avançados para detectar e evitar obstáculos, ameaças e terrenos difíceis.
Durante a fase de testes, um marco importante foi atingido em julho de 2024, quando o Exército dos EUA presenciou uma demonstração do Black Hawk opcionalmente pilotado, controlado remotamente através de um tablet. Nessa ocasião, os operadores puderam definir os objetivos de missão de alto nível de dentro da aeronave ou à distância, mostrando a versatilidade e o potencial de uso no campo de batalha.
Visão futurista da Lockheed Martin para segurança e planos para equipar o helicóptero com novos motores
Esses avanços tecnológicos se baseiam em experimentos anteriores, como os realizados durante o Projeto Convergence 2022, onde o Black Hawk executou com sucesso missões de reabastecimento de carga de maneira autônoma. A integração do sistema MATRIX também é parte da visão de segurança da Lockheed Martin para o Século 21, focada em modernizar o Black Hawk para enfrentar ameaças emergentes.
Há planos de equipar o Black Hawk com novos motores GE Aerospace T901 a partir de 2025, o que aumentaria ainda mais sua capacidade de resposta e eficiência operacional. Essa inovação marca um ponto de virada para o Exército dos EUA e aviação militar como um todo. O futuro das operações militares está sendo moldado por tecnologias autônomas, e o Black Hawk está na vanguarda dessa revolução.