Satélites são peças fundamentais para o monitoramento do planeta, detectando problemas ambientais, como vazamentos de metano, e contribuindo para pesquisas diversas. Com o avanço da tecnologia, métodos mais sustentáveis e econômicos para lançar esses dispositivos no espaço têm se tornado cada vez mais relevantes.
Uma empresa americana, SpinLaunch, chamou atenção ao desenvolver um sistema inovador para enviar satélites à órbita terrestre. Usando uma grande catapulta rotativa, a empresa conseguiu eliminar a necessidade de combustível de foguete, substituindo-o por eletricidade. Essa inovação foi destaque em várias conferências científicas e despertou o interesse de grandes organizações, como a NASA e a Airbus.
Desde sua fundação em 2014, a SpinLaunch já realizou múltiplos testes bem-sucedidos com sua tecnologia. Jonathan Yaney, CEO da empresa, afirmou que a técnica não envolve foguetes, mas sim a aplicação de energia cinética. O objetivo da empresa é lançar constelações de satélites a órbitas inferiores a 600 milhas até 2026, o que representa uma alternativa mais sustentável em comparação aos métodos tradicionais.
Historicamente, o conceito por trás dessa tecnologia não é completamente novo. O uso de energia cinética remonta a dispositivos medievais, como os trabucos, que eram utilizados para lançar objetos pesados em longas distâncias. A SpinLaunch aproveita esse princípio, mas com a ajuda de materiais modernos e eletrônicos miniaturizados.
Um dos grandes diferenciais do sistema da SpinLaunch está na utilização de fibras de carbono de alta resistência e eletrônicos compactos, o que permite que os satélites resistam às extremas condições durante o lançamento. A força gerada pela catapulta pode chegar a até 10.000 vezes a gravidade terrestre, demonstrando a robustez do sistema desenvolvido pela empresa.
Os impactos ambientais dos métodos convencionais de lançamento de satélites também são uma preocupação crescente. Lançamentos tradicionais consomem enormes quantidades de combustível, como o Falcon 9 da SpaceX, que usava cerca de 400 toneladas de propelente por lançamento em 2016. Além disso, essas operações afetam a camada de ozônio, que protege o planeta da radiação solar.
A SpinLaunch visa resolver esse problema, oferecendo uma solução mais ecológica que não causa danos à camada de ozônio. O próximo passo da empresa é desenvolver um local de lançamento orbital em uma área costeira, o que seria um marco importante na transição para sistemas mais limpos de transporte espacial.
Outras empresas no setor espacial também têm explorado métodos alternativos. A startup Equatorial Space Systems, de Singapura, por exemplo, desenvolve veículos de lançamento de baixo custo que, assim como a SpinLaunch, visam enviar cargas leves para órbitas baixas de forma eficiente e sustentável.
Se a tecnologia da SpinLaunch se mostrar escalável, ela poderá mudar radicalmente a forma como enviamos satélites ao espaço, ao combinar responsabilidade ambiental com engenharia inovadora. A eliminação de combustíveis poluentes representa um avanço significativo para a indústria aeroespacial e para o futuro da exploração espacial.
Com informações de: Thebrighterside