Segundo pesquisa, imigrantes mostraram-se mais solícitos e dispostos ao alistamento militar do Exército do que os nascidos nos Estados Unidos. Mediante o resultado, levantou-se a indagação sobre o que estaria por trás disso: se seria algo voltado ao senso de cidadania ou algo relacionado ao militarismo propriamente dito. Contudo, apesar de os Estados Unidos declararem estar com a meta de recrutamento em dia, levantamentos apontam que o número de recrutas ficou abaixo das metas estabelecidas em 2023, por exemplo.
O estudo aponta que os entrevistados responderam a questões que envolvem crenças, orgulho nacional, antecedentes e autoidentidade e, de acordo com os autores da pesquisa, tudo indica que a demografia atual necessitará de jovens imigrantes para compor a equipe do Exército dos Estados Unidos. O envelhecimento populacional e o desinteresse por parte dos nativos podem ser alguns exemplos disso.
Imigrantes no Exército
As pesquisas conduzidas por Nicholas P. Lovrich da Universidade Estadual de Washington, Christopher Simon da Universidade de Utah, Kenneth G. Verboncoeur, do Exército dos EUA, e Michael C. Moltz da Universidade de Shippensburg, mostraram que os imigrantes apresentam uma maior disponibilidade e questões cívicas muito mais solidificadas do que os estadunidenses, o que apresenta uma divergência em relação ao discurso explícito de Donald Trump, que criticou de forma rígida a presença de imigrantes no país.
Durante uma entrevista em julho deste ano, Trump comparou os imigrantes a “genes ruins” e afirmou que estão dispostos à violência. A fala anti-imigrante de Donald Trump foi condenada pela Casa Branca, que chamou o discurso de fascista e uma forma de propagar mais uma vez a supremacia branca.
Vale lembrar que, durante a campanha, o candidato à presidência dos EUA anunciou o desejo de realizar uma deportação em massa, mesmo de imigrantes que estivessem legalizados no país.
O que dizem as pesquisas sobre o alistamento de imigrantes?
Diante das pesquisas em que houve a comparação entre nativos e imigrantes, os estudiosos analisaram que o interesse dos imigrantes pelo alistamento no Exército foge do sentimento de nacionalismo ou do militarismo e está relacionado à consciência cívica e ao respeito pelo país anfitrião.
Um ponto importante é que o alistamento também é uma forma de naturalizar o imigrante de forma mais rápida, especialmente para aqueles que já estão documentados. Entretanto, a pesquisa se deu entre os que ainda não possuem documentos.
Segundo reportagem da BBC, o sonho americano tem afetado ainda mais os imigrantes e colocado-os em situação de risco nos Estados Unidos, principalmente pelo fato de estarem submetidos a condições extremas de trabalho.
O calor, a falta de água potável e longas jornadas de trabalho são algumas das reclamações por parte daqueles que deixaram seus países em busca de melhores condições. Durante o discurso, Trump prometeu que, se eleito, realizaria uma deportação em massa, inicialmente de um milhão de pessoas.
Segundo levantamentos do Departamento de Segurança Interna e do instituto de pesquisas Pew Research, cerca de 11 milhões de pessoas vivem de forma clandestina no país, e cerca de 80% já residem nos Estados Unidos há mais de uma década.